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Os protestos da torcida do Criciúma

Os Tigres fez protesto pacífico. Pichação do estádio, sem ligação com a organizada, foi repudiada por torcedores

Por Lucas Renan Domingos Criciúma, SC, 25/03/2019 - 09:42
Torcida Os Tigres não foi ao jogo ontem / Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna
Torcida Os Tigres não foi ao jogo ontem / Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna

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O pré-jogo entre Criciúma e Avaí foi marcado por dois episódios dife- rentes. O primeiro, foi a postura da Os Tigres de manter o protesto de não ir ao jogo de ontem, conforme havia comunicado após a execução do hino no Estádio Heriberto Hülse na manifestação contra a Chapecoense. O segundo foi uma pichação de ameaça ao presidente Jaime Dal Farra, que apareceu na parede da antiga bilheteria do Majestoso, fato esse sem nenhuma relação com a decisão da torcida organizada. 

A única semelhança entre as duas situações é a demonstração de insatisfação com a atual gestão do Tigre que ainda persiste, mesmo que a diretoria venha dando respostas. No sábado pela manhã, como havia noticiado o Jornal A Tribuna, estava agendada uma reunião entre membros da diretoria da Os Tigre com representantes do Criciúma. A pauta era uma conversa para selar a paz entre a diretoria do Criciúma e a organizada. Uma tentativa de levar a torcida ao jogo contra o Avaí. Mas isso não aconteceu.

O motivo? Um atraso. A reunião estava marcada para às 9h, antes do treino aberto para a torcida. Iria começar minutos depois disso, pois o Tigre estava esperando todos seus representantes chegarem. Os membros da Os Tigres não quiseram esperar e justificaram. “Para quem acha que nossa atitude foi radical, vale lembrar que em 26/02/2019 tínhamos uma reunião com o clube às 18h. Esperamos até as 19h10min e aquela reunião também não aconteceu”, traz uma nota divulgada pela organizada. 

Em campo, Criciúma tomou 2 a 0 do Avaí / Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna

Criciúma responde

Grande parte da diretoria do Criciúma realmente estava no estádio, acompanhada do presidente Jaime Dal Farra, que assistiu à atividade de preparação da equipe no sábado. Logo após publicação da Os Tigres, o Criciúma, em seu site, deu a sua versão do caso. 

“Às 8h56min os torcedores foram atendidos no estacionamento e ficou combinado que, assim que todos estivessem prontos, seriam chamados para o interior do clube para a reunião. No intuito de reunir todos os profissionais do clube envolvidos no auditório, ocorreu um atraso de 11 minutos. Às 9h11min, os integrantes da torcida foram convocados para iniciar a reunião, mas um dos representantes da mesma relatou que três membros já haviam deixado o estádio e o encontro não seria mais feito”, afirmava a nota do Tigre. 

O clube ainda se desculpou. “O Criciúma lamenta e pede desculpas pelo ocorrido e reitera importância da torcida. O clube somente tem sua rica história por conta de torcedores que sempre apoiaram o clube nos bons e maus momentos. Continuamos à disposição para receber todos e qualquer torcedor que queria contribuir com o nosso clube”. 

Mesmo com protesto da Os Tigres, jogo contou com mais de 5 mil torcedores ontem / Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna

Os Tigres não foi

Por fim, a organizada manteve a sua palavra e não compareceu ao estádio na partida de ontem. Ficou sem ocupar o espaço cuja torcida costuma se reunir durante os jogos do Criciúma. 

A primeira promessa da Os Tigres após o caso do hino que tentou abafar os protestos na partida contra a Chapecoense era de que a barra brava não iria em dois jogos. O primeiro foi o desse domingo, diante do Avaí. O outro, contra o Joinville, no dia 3 de abril, também no Heriberto Hülse. Porém, a nota divulgada pela torcida não faz nenhuma referência ao confronto com o JEC. 

"Protesto e vandalismo não são a mesma coisa", diz Andrew

Ainda no sábado, uma outra atitude, repudiada por grande parte dos torcedores do Criciúma, acabou chamando a atenção. Já era tarde da noite quando uma pichação com a frase “Morte ao Dal Farra”, fazendo referência ao sobrenome do presidente do Criciúma, apareceu na parede da antiga bilheteria do Majestoso. 

O muro pichado / Divulgação

Rapidamente, a imagem foi registrada por quem passou pelo local e divulgada nas redes sociais. Na mesma velocidade da divulgação, torcedores que não compactuaram com a pichação passaram a fazer críticas ao responsável, ainda não identificado. Houve, quem, inclusive, se encarregou de apagar pichação. 

Na madrugada de domingo, Luiz Gustavo Nuernberg, um dos diretores da Os Tigres, foi até o estádio e apagou parcialmente a mensagem. Ao ama-nhecer, ajudado pelo atacante Andrew, jogador do Criciúma, outro torcedor, Neno Ferreira, completou o serviço de limpeza. A atitude de Andrew foi aplaudida pelos carvoeiros. 

O muro limpo. Andrew à esquerda, ajudando / Divulgação

Ele se manifestou nas redes sociais. “Quem fez isso tem que saber que protesto e vandalismo não são a mesma coisa! O estádio tem mais de 60 anos, já foi minha casa, já morei dentro dele muitos anos atrás! A frase que picharam foi de muito mal gosto! Desejar a morte de alguém quer dizer que você já está morto por dentro! Crianças, famílias iriam chegar ali para assistir ao jogo e se deparar com aquilo escrito”, publicou. A diretoria do Criciúma ainda não sabe quem foi o autor da pichação. O departamento jurídico deve se manifestar. 

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