O dia dos namorados está se aproximando e, em tempos de pandemia e isolamento social, os relacionamentos virtuais parecem ter se intensificado ainda mais. Uma prova disso é o Tinder, aplicativo de conversas e encontros, que registrou um aumento de 35% de mensagens trocadas em países como Itália e Espanha durante a pandemia de Covid-19.
“As pessoas começaram a dar mais match, conversar e querer se encontrar. Em tempos comuns pré-pandemia, existia aquela coisa de: ah, a pessoa está me cozinhando e não marca mais o encontro. Agora não tem mais desculpa, dá tempo de se conhecer e desenvolver a conversa online”, destacou a publicitária e especialista em Marketing Digital, Alessandra Koga.
Segundo Koja, as pessoas estão com mais tempo para usufruírem dessas relações online. Sendo assim, dá para utilizar o Tinder enquanto administra outro “contatinho” no WhatsApp e por aí vai. “As pessoas têm mais tempo, mas também estão mais impacientes. Se não tem aquele roteiro de: conversei, adicionei no WhatsApp e rolou borboletas na barriga, ela larga”, comentou.
Choque de gerações
Antes da era digital completa, conhecer e se relacionar com uma pessoa de forma unicamente virtual era algo quase impensável. Koga destaca que geralmente os relacionamentos aconteciam de contatos de amigos e amigas e idas às festas - e não com a facilidade de clicar em um perfil, dar match e já começar a conversar.
“Quando saía da festa e dava o telefone ainda tinha mais essa dificuldade, de vencer a vergonha de ligar para a casa da pessoa. Isso quando o pai e a mãe não atendiam ou escutavam na extensão. Os jovens de hoje nunca saberão o que é isso”, brincou a publicitária.
As redes sociais também passaram a ditar alguns relacionamentos. Para muitos, tem que ter nome do namorado(a) na bio do Instagram, ou foto junto no perfil e se um membro do casal não curtir a foto do outro pode dar até briga - em alguns casos mais extremos. “O se relacionar de hoje vem muito da internet para a internet”, pontuou Koga.