As últimas horas são de dúvidas no ar depois da anunciada renúncia do presidente Jaime Dal Farra e do fim da parceria da GA com o Criciúma, o que ocorrerá efetivamente a partir de janeiro de 2021. O presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Henrique Alamini, pronuncia-se a partir das 11h para colocar a posição da instituição. Os comentaristas do Timaço da Rádio Som Maior fazem as suas projeções e análises.
"Quando li a carta, não engoli essa história de ameaça pessoal contra a família. Fui pelo lado econômico. Fiz uma postagem focando nesse lado, a questão financeira, não tem outro jeito", disse o comentarista João Nassif. "Ele, dono de uma empresa de ponta no seu segmento, que deve estar sofrendo com essa pandemia, ele fez opção, o clube ou a empresa? Vai sustentar a empresa, que é o sustentáculo de todo o seu patrimônio, e o clube, sem a multa dos R$ 10 milhões, ele optou pela empresa, fez o certo", afirmou.
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Para Nassif, o problema agora será o Criciúma de imediato. Como ficará o Tigre para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, assim que o calendário for retomado? "O problema que se coloca não é buscar nesse momento alguém para tocar, fazer a gestão. O problema é o que será do Criciúma até o fim da temporada. Se a CBF retomar o Campeonato Brasileiro, com que time o Criciúma va disputar a Série C? Vai haver investimento? O que sobrou é pouco para enfrentar a Série C", refletiu. "Até a saída do Jaime, terá time para jogar o Brasileiro. Essa é a grande questão", emendou.
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O fato de Jaime Dal Farra representar o Criciúma e a GA é outro complicador neste domingo, conforme João Nassif. "O problema é muito próximo. Não sei se haverá a condição de alguém assumir agora e fazer uma transição, já injetando no Criciúma. Tudo ainda passa pela caneta do Jaime, é a grande questão. Tem a GA e o clube, e o Jaime é presidente dos dois", observou. "A questão é saber se o Jaime vai aceitar que essa transição seja feita. Minha dúvida é se vai aparecer alguém, a pandemia está tirando recursos de muita gente, eventuais investidores terão dificuldades para injetar dinheiro e fazer investimento para uma recuperação efetiva rápida do Criciúma. Tudo é muito rápido. Aguardo ansiosamente para ver o que o Conselho, até agora omisso, vai fazer", completou.
Dal Farra locador e locatário
Para o narrador Mário Lima, agora é momento do Conselho Deliberativo tomar as rédeas e buscar uma solução à crise. "Agora não tem presidente. O presidente apresenta o seu desligamento e o Conselho terá que se virar até o fim do ano, até quando a GA se propõe a ficar no comando do Criciúma. A partir de agora, é a busca de um novo modelo, não se pode esperar muito tempo para decidir", relatou. "O presidente é o locador e o locatário, não é legal isso aí", frisou, citando um dos problemas a ser equacionado pensando no futuro contrato. "Volta o futebol daqui uns dias. O Campeonato Catarinense vai voltar, na sequência o Brasileiro. Como vai jogar? Com que recursos? Com que aporte?", questionou.
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Dal Farra não deverá fazer investimentos substanciais a partir de agora, já que a razão financeira é um dos motivos do rompimento entre a GA e o clube. "Duvido que se faça algum investimento agora, se já está saindo por questão financeira. O Conselho tem que imediatamente pensar isso, e até antecipar a saída no fim do ano, antecipar para logo, se tiver outro negócio", analisou Mário. "Vai ter que ter um presidente", finalizou.
Moacir de volta?
O ex-presidente Moacir Fernandes foi entrevistado nesta sexta-feira, 15, na Rádio Som Maior. Ele considerou a hipótese de voltar a colaborar com o clube, mas em um possível pool de investidores. Em entrevista ao programa Nomes e Marcas em novembro do ano passado, Moacir já considerava a possibilidade de um dia retornar ao Criciúma. Relembre no podcast abaixo: