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Permitir ou não a volta de missas e cultos também está em debate

Líderes religiosos que participaram da reunião na Acic comentaram sobre a situação vivida nas igrejas 

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 17/04/2020 - 15:16 Atualizado em 17/04/2020 - 15:38

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A ampla reunião ocorrida na Associação Empresarial de Criciúma (Acic), na manhã desta sexta-feira, 17, que tratou do isolamento social no combate à Covid-19 também contou com líderes religiosos que opinaram sobre o retorno das atividades presenciais ou da manutenção da suspensão.

Antes de falar sobre o retorno ou não das missas, padre Antonio Junior, lembrou do que ocorre na Itália, sede da Igreja Católica e um dos países mais afetados pelo coronavírus. “Um dos países que mais está sofrendo é justamente onde está a sede da Igreja Católica: a Itália. Todos os dias nos chegam notícias dos mais diversos lugares. Somente na Itália, 100 padres morreram devido ao vírus. Congregações inteiras foram dizimadas”, lamentou.

O sacerdote pontuou das dificuldades em realizar as celebrações sem haver a aproximação entre as pessoas. “Nos preocupa o retorno das celebrações presenciais neste momento porque é difícil não ter contato, como igreja, como padre, nos preocupamos com o retorno neste momento. O nosso segmento é totalmente diferente dos outros. Quando falamos de bares, hotéis, academias. Neste momento nos preocupa muito. Se pudermos voltar a celebrar com os fiéis, como que eu, padre vou limitar a entrada dos fiéis? Como organizar o distanciamento? Vamos ter que entregar senhas aos fiéis? Como vou entregar comunhão se é pessoa por pessoa? Como vou batizar uma criança sem tocar nela? Como vou abençoar um idoso sem tocar nele?”, questiona.

Outro fato relatado pelo padre foram os sepultamentos. “Não pode tocar, não pode abraçar, em um momento de extrema dor tu não pode apertar a mão da viúva, da família que está ali. E a gente procura estar o mais próximo possível, atender. Estive no hospital domingo”, citou.

Aumento nos atedimentos

Padre Antonio Junior comentou ainda sobre a questão econômica e que, somente na Catedral São José, houve um aumento de 300% nas famílias atendidas. “Como igreja, vimos as famílias necessitadas. Somente na assistência social da Catedral São José, tivemos este aumento de 300% de famílias que foram receber cestas básicas no final de março e início de abril, totalizando 400 famílias. Certamente se eu fosse empresário estaria preocupado, porque têm funcionários, famílias que dependem e é legitima a preocupação. Como padre eu não posso ter este pensamento. Os fiéis estão sendo atendidos da melhor forma possível”, acrescentou.

Padre Antonio Junior destacou ainda que a vida deve estar sempre em primeiro lugar. “Em primeiro lugar a vida, sem dúvida nenhuma, mas também, dentro das possibilidades, dentro das normas sanitárias, podemos fazer que as coisas aconteçam da melhor forma. Temos procurado, como igreja, ajudar as mais diversas pessoas. Muita gente que está faltando o alimento na mesa, o pão de cada dia. Não é o supérfluo, é o feijão com arroz. Sabemos que vamos sentir ainda mais. O estrago vai ser maior e o reflexo virá com mais força”, projetou.

Volta de forma responsável

Por outro lado, o representante do Conselho de Pastores e Ministros do Evangelho do Sul Catarinense e do Conselho Estadual de Pastores, pastor José Carlos, propõe um retorno gradual aos cultos e dá como exemplo o que está sendo feito no Rio Grande do Sul. “Fizemos propostas para o governador. A igreja evangélica está disposta a voltar às atividades de forma fragmentada, dentro de uma proposta que acontece no Rio Grande do Sul, com ocupação de 25%, 30% de seu salão principal com todos os cuidados. Precisamos alimentar a fé, o que mais denota a fé é estarmos juntos, ainda que não possamos nos tocar”, enfatizou.

O pastor explicou que, para tornar a proposta possível as igrejas precisariam, por exemplo, a invés de realizar um culto no domingo, fazer de quatro a cinco. “A nossa reivindicação junto das autoridades é que se possa liberar de forma flexibilizada. O controle pode ser feito através do Whatsapp com cada um dos membros informando em qual culto irá. O templo se torna um referencial da reunião, da comunhão. É um referencial para todos os cristãos.”, relatou.

O líder evangélico também pontuou que, além da fé, as igrejas estão prestando auxílio de diversas outras maneiras. “A nossa preocupação e a nossa posição está em que a igreja está presente de modo contínuo, além da assistência religiosa, na questão da fé, dá também suporte emocional aos seus membros e qualquer um que adentre ao templo. Estamos constantemente atuando e os templos estão abertos naturalmente, mas não estamos podendo fazer de maneira completa o nosso trabalho. “Além de tudo, temos uma ação grande na área social, tanto na católica quanto na evangélica, procura-se observar o lado da ação social. Esta situação tem dificultado que pessoas venham trazer as suas doações e venham até nós para que entregamos. Temos feito o que está no nosso alcance”, completou.

 

Tags: coronavírus

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