Desde essa terça-feira, 27, quando foi deflagrada a operação Câmbio Barriga Verde, a Polícia Federal segue contando o dinheiro apreendido. A investigação, que apura fraude no mercado de câmbio, está sendo conduzida pela Procuraria da República em Criciúma.
Foram expedidos pela Justiça Federal 23 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, Itajaí, Garopaba, Imbituba, São José, Criciúma, Urussanga, em Santa Catarina, e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
A investigação teve início em 2019 a partir de elementos que apontavam a existência de organização criminosa, com sede em Garopaba, especializada em fraudar o mercado de câmbio. A apuração revelou a existência de diversos estabelecimentos que estariam operando de forma irregular, em vários municípios do país, em especial, no estado de Santa Catarina. Essa empresa de Garopaba teria movimentado, ao longo de cinco anos, mais de R$ 1 bilhão, volume financeiro incompatível como o faturamento declarado, de cerca de R$ 7 milhões, em 2018. Também foram identificados depósitos em espécie, que somam milhões de reais, realizados por pessoas físicas, incluindo ex-funcionários da empresa, e que não teriam capacidade econômica compatível.
Além de crimes contra o sistema financeiro nacional, são investigados eventuais crimes de lavagem de dinheiro, de sonegação de tributos federais e de organização criminosa, praticados por pessoas vinculadas às empresas que estariam envolvidas com o esquema. Um balanço geral da operação Câmbio Barriga Verde deve sair no final da tarde dessa quarta-feira, 27, segundo a Polícia Federal.
Como agia a quadrilha
Segundo a investigação a organização se utiliza de complexo esquema criminoso, que conta com a criação de diversos CNPJs para dissimular a existência de filiais. Na fraude eram utilizados laranjas para ocultar os reais beneficiários das operações fraudulentas e uso de empresas em nome de terceiros com o intuito de lavar o dinheiro e blindar o patrimônio auferido com o esquema criminoso.