Já faz anos que os moradores de Urussanga reivindicam uma tarifa de energia mais barata, já que o preço da mesma no município é considerado um dos mais caros de todo o país. O descontentamento da comunidade em relação ao valor da energia no município não ficou apenas nas reclamações, sendo exposto em outdoors, adesivos em carros e indo parar, também, no governo do estado.
De acordo com o vereador e presidente da Câmara de Urussanga, José Carlos José, mais conhecido como Zé Bis, a explicação para a cobrança de uma tarifa tão alta se deve ao fato de que a empresa de energia do município, Força e Luz, é privada e, por isso, não possui um subsídio do governo para descontos na compra do recurso.
“As cooperativas que estão ao redor do município, que são sete, ao todo, possuem um subsídio na hora da compra da energia, o que faz com que ela chegue até 90% mais barata aos consumidores, quando comparado com Urussanga. Estas cooperativas recebem o subsídio porque oferecem energia para o meio rural, assim como a Força e Luz, porém a empresa urussanguense é privada, e não uma cooperativa”, explicou o vereador.
Zé Bis afirma ter proposto em 2017 uma mudança na lei, para que a empresa de Urussanga passasse a ter o mesmo subsídio na hora da compra da energia, conseguindo um desconto que fosse repassado aos consumidores do município. Além disso, o vereador sugeriu outras duas possibilidades: que a Força e Luz reduzisse os seus custos ou que fosse atrás de recursos para a construção de uma hidroelétrica - ambos acabaram não sendo atendidos.
Em 2018, os deputados federais Esperidião Amin e Jorge Boeira entraram com um projeto na Câmara dos Deputados para mudar a lei e, então, fazer com que a Força e Luz tivesse direito ao subsídio. A causa chegou a tramitar pela Câmara dos Deputados, mas acabou não dando todos os resultados esperados.
“O Amin é o nosso alicerce no congresso. Essa causa já deu algum resultado, caso não houvesse toda movimentação o preço não estaria atualmente em R$ 0,64 por quilowatt, e sim entre R$ 0,80 e 0,85. Mas queremos que a lei mude e, assim, reduzir em pelo menos 25% o preço desta tarifa”, concluiu Zé Bis.