O fim de semana foi de manhãs ensolaradas em Criciúma. Com a abertura do comércio no sábado, com movimento acentuado na Praça Nereu Ramos, teve quem ocupou outra praça na região central da cidade, a poucas quadras do coração comercial da cidade: a Praça do Congresso.
Pais e mães levaram os filhos para os brinquedos da praça, após semanas de isolamento social mais acentuado na região. A reportagem flagrou, ainda, um idoso de 77 anos em passeio com a filha e o neto.
A população vai, aos poucos, retornando ao que se chama de "vida normal". O governo do Estado flexibiliza o decreto de isolamento, mas mantém o alerta: o vírus ainda está presente no Estado. "Estou com medo do vírus ainda, mas aos poucos, com cuidados, voltamos à vida normal. Saímos de máscara, sempre com álcool. Gastei um tubo no balanço, agora a gente vai para casa, toma banho e troca a roupa", disse Rafaela Mior, 22 anos, que levou a filha de dois anos para brincar na Praça.
"O período em casa, pensei que seria pior. Tivemos muita paciência, ideia, criamos atividades e brincadeiras. Foi muito bom, eu moro com meus pais, meu pai trabalha bastante, foi bom passar esse tempo com ele", completou Rafaela, que auxilia o pai no trabalho autônomo.
Já a presença de "Chiquinho", como disse ser conhecido na cidade, homem de 77 anos, chama a atenção. De cabelos brancos e óculos escuros, caminha vagarosamente pela Praça, sem usar mácara. Ele afirma saber que o vírus está pela cidade, mas que não tem medo.
"Desde que eu nasci, nunca fiquei doente, nunca quebrei dedo, fui no médico ou fiz exame. Minha saúde é de 100%. Com a minha idade, corro maratona. Se aparecer uma coisinha, eu vou procurar um médico. É questão de imunidade, me alimento muito bem, não como comidas industrializadas, que tem muito conservante", diz Chiquinho.
Ele foi até a praça com a filha, Marina, que afirma ter mais medo do vírus. "Mas sou do pensamento que quem tiver que pegar vai pegar, se tiver que morrer vai morrer, se eu tiver que pegar... mas tomamos os cuidados", diz Marina. "Desde que começou, faz uma semana que saímos de casa", conclui.
Chiquinho estava com uma máscara nas mãos. Ele diz não ter problemas em ter que usá-la para entrar em estabelecimentos. "Gosto que a pessoa me chame a atenção. Carrego a máscara por respeito. Sei que o vírus está aí, mas não tenho medo", afirma.