O Procon de Criciúma protocolou uma ação no Ministério Público de Santa Catarina contra o Banco c6 ficsa, após ter recebido mais de 500 denúncias de golpe em menos de cinco meses. Diariamente, diversos aposentados vão ao órgão público reclamar de empréstimos consignados realizados em seus nomes sem autorização.
As denúncias começaram ainda no ano passado e, em novembro, após mais de 200 reclamações, foi aberto um processo administrativo contra o Banco. A ação resultou em uma multa de R$ 1 milhão ao c6, que ainda tem prazo para recorrer.
“Os aposentados começam a perceber que existem alguns descontos nas suas faturas de conta bancária e, quando vão verificar, notam que esses descontos ocorrem há dois, três, quatro até seis meses. Aí verificam que foi um empréstimo que nunca foi solicitado. Às vezes o valor é baixo, de R$ 1,5 mil, e o consumidor acaba gastando o dinheiro e não percebendo que ele entrou em sua conta, só vai perceber quando o seu salário começa a ser descontado”, disse o coordenador do Procon, Gustavo Colle.
A expectativa do Procon era de que, com a denúncia e a multa de R$ 1 milhão aplicada no ano passado, as denúncias começassem a diminuir. No entanto, aconteceu justamente o contrário. As reclamações por parte de aposentados estão cada vez mais frequentes, e já superam aos atendimentos referentes a telefonias em Criciúma.
“Hoje quando eu abri o Procon, por volta de 7h30, já tinha três pessoas, aposentados, na fila, esperando o órgão abrir para falar sobre o golpe do empréstimo consignado. E isso já vem acontecendo há algum tempo”, pontuou.
Sem sede em Criciúma e com CNPJ de São Paulo, o c6 Ficsa é um banco digital que opera por meio de outras agências tradicionais, como Itaú, Caixa e Banco do Brasil. O Procon chegou a pedir ao banco paulista documentos que comprovem a autorização dos aposentados referente aos empréstimos consignados em uma primeira vez - os quais não foram apresentados.
“Ontem veio uma senhora até o Procon de Criciúma e solicitamos a documentação dessa instituição bancária, o contrato assinado, porque o banco falava que o consumidor deu o documento a assinou. Nos enviaram e verificamos que a identidade utilizada era falsa e a assinatura não era a mesma da consumidora. Inclusive, a carteira de identidade dela era falsa, de São Paulo, com fotos diferentes, enquanto o estado de expedição original era de Santa Catarina”, afirmou Colle.
Com ofício já protocolado no MP, o Procon aguarda as devidas resoluções. O órgão chegou a entrar em contato presencialmente com o promotor de Justiça da 7ª Promotoria de Defesa do Consumidor para tratar sobre o caso.