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Projeto do IFSC pesquisa uso de resíduos do carvão para o tratamento de efluentes

Fapesc investiu R$ 30 mil no estudo

Por Redação Criciúma, SC, 22/03/2021 - 12:55 Atualizado em 22/03/2021 - 12:57
Foto: Divulgação
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Um projeto do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) vai pesquisar o aproveitamento de resíduos da extração de carvão mineral para o desenvolvimento de um adsorvente que pode ser utilizado no tratamento de efluentes gerados pela atividade e também no processo de climatização e refrigeração. Com prazo para execução de 24 meses, o projeto recebeu financiamento de R$ 30 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).

O projeto aprovado no Câmpus Criciúma é coordenado pelo professor Marcelo Dal Bó e tem como título "Desenvolvimento de adsorventes com grande área superficial e volume de microporos a partir dos resíduos sólidos do carvão e de argila expandida". Um adsorvente é uma superfície sólida, porosa e com alta área de superfície, capaz de efetuar a adesão de moléculas insolúveis de um fluído.

O objetivo é utilizar resíduos sólidos provenientes da extração do carvão mineral, além de argilas encontradas também na região carbonífera, para desenvolver um adsorvente com alta área superficial que será utilizado tanto no tratamento da drenagem ácida de mina (DAM), efluente líquido resultado da extração de carvão que constitui um dos impactos ambientais mais graves da atividade de mineração, quanto em climatizadores e refrigeradores que utilizam a adsorção e empregam o calor como principal fonte de energia, ao invés de eletricidade.

"A extração do carvão mineral gera dois tipos de resíduos: um resíduo sólido e um resíduo líquido. No projeto, vamos usar o resíduo sólido do carvão, que é destinado a aterros e é um problema ambiental grave na região desde que começou a extração do carvão, misturar com argilas também da região, e vamos desenvolver esses adsorventes, que são partículas sólidas com alta área superficial. Damos uma utilidade ao resíduo sólido do carvão e incrementamos um valor agregado, passando de um problema para uma possível solução. Vamos usar esse adsorvente para extrair impurezas e contaminantes do efluente líquido do carvão, por exemplo, os metais pesados", explica o professor Marcelo Dal Bó.

Inovação

De acordo com o pesquisador, apesar de existirem inúmeros trabalhos realizados com os resíduos sólidos do carvão, não há pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de adsorventes a partir dos resíduos do carvão e argilas para a adsorção de contaminantes. "Existem trabalhos utilizando adsorventes já conhecidos, como carvão ativado, mas a inovação do projeto é desenvolver o adsorvente com o resíduo sólido e usá-lo para melhorar a qualidade do efluente, utilizando também como parte do adsorvente as argilas da região, que serão usadas para moldar o adsorvente e incrementar sua área superficial", afirma.

Além da pesquisa sobre adsorção dos contaminantes, o projeto também prevê um estudo de viabilidade sobre a utilização dos adsorventes desenvolvidos a partir dos resíduos sólidos do carvão no processo de climatização e refrigeração. Alguns climatizadores e refrigeradores que utilizam a adsorção empregam calor como principal fonte de energia, ao invés de eletricidade. E, por isso, são considerados uma opção para minimizar o impacto no consumo de energia elétrica e na carga das redes de distribuição. Esta pesquisa será desenvolvida em parceria pelo professor Rogério Gomes de Oliveira, do curso de Engenharia de Energia do Câmpus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ao final dos 24 meses de projeto, os pesquisadores pretendem publicar dois artigos científicos, apresentar trabalhos em congressos, encaminhar uma patente e produzir trabalhos de conclusão de cursos de graduação sobre o tema.

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