Com a missão de escolher uma mulher para homenagear no mês delas na Rádio Som Maior, a jornalista Pity Búrigo não teve dúvidas: compartilhou com os ouvintes do Ponto a Ponto nesta quarta-feira (23) um bate papo com a sua avó Beverly Godoy Costa. Hoje com 92 anos, e com a memória absolutamente afiada e o palavreado caprichado que sempre a acompanhou, Beverly esbanjou sabedoria, lucidez e inteligência nos 12 minutos em que brindou a audiência. "Eu não sou de colecionar problemas", ensinou.
Natural de Curitiba, Beverly veio cedo para Criciúma. E logo constituiu muitas amizades. "Fui muito bem recebida. É bem verdade que o meu pai era o delegado de polícia, um homem cordato, sempre bem vestido, que gostava do que fazia. E também foi muito prestigiado", lembrou ela. "Eu tive uma gripe muito forte em Curitiba", lembrou, citando a razão da sua transferência para Criciúma. Ela veio para cá por recomendação médica.
Beverly, viúva do saudoso Ademar Costa, recordou histórias do seu marido. A história de amor de Beverly e Ademar começou em um baile no Mampituba. Ela, com 16 anos. "O Mampituba do Centro. Sentamos na mesa, que era do Ademar, ele me tirou para dançar e ali começou".
Da relação, vieram oito filhos. O primeiro deles veio aos 21 anos. "Casei nova. Me apaixonei de tal sorte não só por meu marido como também por Criciúma. Adoro Criciúma e os criciumenses. Tive muito bom relacionamento na sociedade". Ela confidenciou que, quando Ademar faleceu, pensou em deixar Criciúma e voltar para Curitiba. "Mas o meu cunhado Rubens Costa me convenceu a ficar. Estava de malas prontas para ir embora".
Beverly teve perdas na sua trajetória. Foram sete filhas e fechou a fila com um menino. "Eu achava ótimo ficar grávida", destacou, aos risos. "Ademar, eu tenho uma novidade, estou grávida", dizia.
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Os tempos mudaram. Beverly não é mais a mesma que flanava por todos os eventos sociais com brilho. Ela foi pioneira do colunismo social em Criciúma e brilhou por 33 anos nas páginas dos jornais Tribuna Criciumense, Correio do Sudeste e Jornal da Manhã. "Eu tenho tanta vontade de escrever". Mas com a idade, está mais reclusa. "Eu era uma, e agora sou outra. Mas é a fase da vida. Temos que aceitar tudo o que a vida oferece no momento", afirmou.
E ela tem muito a agradecer. "Na medida do possível, estou realizada e feliz. Os criciumenses, como sempre, adoráveis, sempre me prestigiam, tenho tudo o que quero nas mãos. Muito obrigado, Criciúma. Muito obrigado, criciumenses", registrou.
Ouça a íntegra da entrevista de Beverly Costa ao projeto Elas no podcast: