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"Quando começou a usar cocaína, se tornou esse monstro", diz delegado sobre autor de atentado à creche

Inquérito concluiu que assassino estava sob efeito de drogas

Por Giovana Bordignon Florianópolis, SC, 17/04/2023 - 15:15 Atualizado em 17/04/2023 - 18:15
Foto: Governo de Santa Catarina
Foto: Governo de Santa Catarina

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Uma coletiva de imprensa foi realizada na tarde desta segunda-feira (17), para atualizar sobre a conclusão do inquérito policial do ataque à creche em Blumenau. No ato, o coordenador da DIC de Blumenau, delegado Ronnie Reis Esteves, explicou as motivações do autor do crime. “Ele era uma pessoa antes do uso da droga e, quando começou a usar cocaína, se tornou esse monstro”, disse.

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[o texto continua após o vídeo]

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Ao entrevistar pessoas próximas, como a mãe e amigos do autor, esses relataram que o acusado foi uma pessoa calma e tranquila antes de usar drogas. O criminoso admitiu que o massacre foi uma forma de provar sua coragem e que ele estaria disposto a fazer novamente. “É uma pessoa que não tem condição nenhuma de viver em sociedade. É irreparável o que ele fez”, acrescentou o delegado.

Leia na íntegra o que o delegado Ronnie Reis Esteves falou sobre a investigação:

A gente teve uma primeira etapa que foi a situação de flagrante, ele foi contido, se apresentou na Polícia Militar e foi autuado em flagrante. Após isso, a gente documentou toda essa dinâmica, confirmou o interrogatório e, em momento algum, ele se recusou a contar o que o teria motivado. 

A gente precisava comprovar através de diligências, conseguir demonstrar toda a rotina dele, desde que ele acorda até ser preso. Procuramos identificar pessoas próximas para entender quem estávamos investigando. A mãe relatou que ele era uma pessoa muito calma, ele não foi criado pelo pai (mas isso não teria afetado), eles vieram do Paraná e ele continuou sendo uma criança respeitável.

Até que ela [a mãe] teve um relacionamento. O padrasto era uma pessoa muito próxima, amiga e que ajudou muito ele em determinado momento. De repente, assim que ele [o autor do crime] inicia a trabalhar como Uber, passa a ter um primeiro contato com a cocaína e seu comportamento começa a mudar.

Já descoberto que ele usava drogas, ele foi morar com um tio, que começou a monitorar os passos dele. Quando ele retorna a residência da mãe, de posse de um canivete, ele desfere no pescoço do padrasto. Depois disso, ele é internado. Quando volta para Blumenau, eles [a mãe e o padrasto] tinham se separado. Ele continuou fazendo uso de entorpecente.

Ele já estava vendo coisas quando falava de polícia e do padrasto. Para ele, o padrasto o perseguia e a polícia também incomodava bastante. Ele começou a vender para sustentar o vício. Ele aponta que um policial militar teria sido mandante do tal atentado.

Dois amigos dele foram chamados, relataram as alucinações e a cisma com a polícia. Duas semanas antes do fato, eles se reuniram e foi conversado sobre a polícia, o padrasto, a machadinha... Ele teria dito que faria algo grande. Não disse o que, mas, como ele dizia muitas coisas, eles [os amigos] não deram sequência ao que ele falou.

O autor fez academia por um período curto onde o policial militar treina. Eles nunca tiveram contato, mas ele [o criminoso] tinha admiração por esse policial. A gente acredita que, quando ele virou a chave com o uso da droga, ele pensou que o policial teria algo contra ele. O policial em momento algum disse que conhecia o autor.

Quando perguntado em relação as crianças, ele fala que foi ordem da PM, mas quando há pico de stress, ele diz que fez aquilo para mostrar ao policial que ele também é corajoso. Quando questionado sobre o sentimento que ele tinha sobre o que fez, ele continuou frio, disse como fez, que não se arrependia e que faria de novo.

Eu questionei porque ele escolheu crianças, ele disse que elas eram mais fáceis, porque elas correm devagar, e ele teria condições de alcançá-las. Ele narra uma situação que uma criança corre dele, ri para ele achando que era uma brincadeira, e ele acaba acertando essa criança fatalmente.

É uma pessoa que não tem condição nenhuma de viver em sociedade, é irreparável o que ele fez. De fato, ele era uma pessoa antes do uso da droga e, quando começou a usar cocaína, ele se tornou esse monstro.

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