Fernando Campana contou sua trajetória na noite de quinta-feira, 17, no Teatro Elias Angeloni. A palestra foi promovida pelo Núcleo Catarinense de Decoração, em parceria com o grupo Eliane, onde estiveram reunidos profissionais das áreas de Arquitetura, Design e Decoração.
Desde criança, Campana sempre viajou muito. Por influência do pai, um servidor público que adorava colocar o pé na estrada com a família, muitos lugares fizeram parte não somente das lembranças do designer, mas também, serviram de inspiração futuramente para os seus trabalhos.
A relação de Campana com Santa Catarina teve início há muito tempo, na sua infância, em 1970, onde viajou primeiro para a cidade de Lages e posteriormente visitou algumas cidades do norte, vale europeu e litoral catarinense.
Campana falou sobre sua parceria com o irmão, Humberto, que juntos são reconhecidos nacional e internacionalmente como os “Irmãos Campana”, designers responsáveis pela revolução de materiais e formas do mobiliário mundial. “A gente vai primeiro para o chão de fábrica. Tem que conquistar os operários, eles que vão dar o sangue para traduzir o que você fez em um produto vendável, econômico e funcional”, revelou Campana.
Uma das inspirações para as criações na carreira de Campana, segundo ele, foi o cinema e os filmes clássicos que assistiu desde a infância. “O cinema foi uma janela para o mundo para a gente”, comenta.
O pai sempre foi um grande apoiador dos irmãos Campana. “Na época em que nós fazíamos mais artesanato ele montou uma oficina lá em casa, em Brotas. A minha mãe só perguntava ‘quando vocês vão fazer alguma coisa comercial?’”, relembra Campana.
Em relação a Criciúma, quando questionado, o designer afirmou que pretende ampliar os trabalhos para a região. Segundo ele, a região Sul é considerada um polo nesse setor, além da mão de obra artesanal, a qual ele afirma dar mais valor, apesar de estar em vias de desaparecer.
“Quando você não tem como passar a arte para outro auxiliar, você estanca o processo daquilo, ela morre”, finaliza.