A relação Criciúma e torcida não vive o melhor dos momentos. As constantes dificuldades dos time em apresentar bons resultados, tem causado a revolta dos carvoeiros. O episódio do hino em alto volume no jogo contra a Chapecoense, deixou os torcedores ainda mais descontentes. E as respostas começaram a aparecer.
Depois do gritos direcionados ao presidente Jaime Dal Farra na partida diante da Chape, que foram abafados pelo sistema de som, a terça-feira foi marcada de mais protestos. Nada que não estivesse sendo esperado pela diretoria. Desde a semana passada, era sabido que um grupo de torcedores estava se organizando para repetir o gesto feito em 2009, quando a torcida pediu a saída de Edson Cascão Búrigo, então presidente, por meio de outdoors.
O alvo dessa vez é a gestão de Jaime Dal Farra. “Nosso objetivo é demonstrar nossa indignação não só com o presidente, mas da gestão como um todo. Não conseguimos ser ouvidos, tentamos dialogar e sempre foram fechados para isso. Pensamos em algo que chamasse mais a atenção, foi então que veio essa ideia de colocar os outdoors”, esclareceu Roberto Lima, um dos organizadores do protesto.
Dois já foram
A intenção é espalhar quatro outdoors. O primeiro já foi instalado, pela manhã, na cidade de Araranguá. “Foi um grupo de torcedores de lá que bancou. Fiz a arte e eles colocaram”, disse Lima. À tarde, mais uma placa apareceu. Desta vez, no Bairro Próspera em Criciúma, entre a rótula que divide e Avenida Centenário da Avenida Jorge Elias De Lucca e o Terminal Urbano do bairro.
Ao longo da semana devem ser colocados outros dois. “Vai ser um na SC-445, em Içara. E o outro no Bairro São Luiz”, revelou o organizador sem apontar o local específico.
A verba para isso tudo vem sendo arrecadada desde a semana passada. Ao todo, já foram coletados mais de R$ 1,5 mil por meio de doações de torcedores. A intenção, no começo, era fazer só um. “Como as contribuições começaram a chegar muito rápido, fomos ampliando a quantidade”, explicou Lima.
Pedido de mudanças
O protesto, de acordo com o organizador, é tentar mobilizar ações da diretoria visando melhorias no clube. “Só de eles ficarem sabendo sobre essa manifestação, já se movimentaram. Não estamos fazendo uma crítica direcionada. É contra a gestão completa. Se o time voltar a vencer, mesmo que seja como Dal Farra presidente, está ótimo. Queremos é resultado, independente de quem esteja lá”, apontou.
E as manifestações não devem parar por aí. Segundo Lima, com as últimas ações, cada vez mais torcedores passaram a oferecer apoio. “Já estamos planejando algumas outras coisas. Ainda não estão definidas, mas em breve pode ter mais desdobramentos”, garantiu Lima.
Clássicos sem a presença da Os Tigres
Antes mesmo da fixação do primeiro outdoor, um outro protesto já havia sido declarado, partindo da torcida Os Tigres. Em uma página de rede social, a organizada publicou um comunicado afirmando que não irá marcar presença na arquibancada do Estádio Heriberto Hülse nos próximos dois jogos do Criciúma em casa, justamente nos clássicos contra o Avaí e o Joinville.
“Comunicamos a todos nossos associados e simpatizantes, que a Os Tigres não se fará presente nos próximos dois jogos como forma de repúdio após atitude ridícula e ineficaz da diretoria em querer abafar nosso protesto”, diz o texto. “Sabemos a força que temos nas arquibancadas e também nosso papel, de sermos a voz do majestoso tanto para o apoio quanto para cobranças”, diz o texto.
Mencionando a história do clube, a Os Tigres, que costuma ocupar o espaço da arquibancada atrás de uma das traves do Majestoso, afirmou que “o Criciúma Esporte Clube sempre foi grande e não podemos, não devemos e não deixaremos se apequenar. Somos o maior clube do estado. Exigimos que hajam de acordo. Catarinense é sempre obrigação”, completava a mensagem.
Preferiu não se manifestar
Diante de tantas manifestações, o jornal A Tribuna tentou uma resposta da diretoria do Criciúma, via assessoria de imprensa, sobre os casos tanto dos outdoors, quanto da torcida Os Tigres. Porém, o clube preferiu não se manifestar.