No verão, os casos de afogamento se intensificam. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) frequentemente atende situações assim e orienta quanto à importância da conscientização sobre a prevenção e os procedimentos iniciais em casos de emergência.
De acordo com o enfermeiro Orlando Linhares, da Gerência de Educação em Urgência do SAMU, crianças menores de nove anos que não sabem nadar se afogam mais em piscinas e residências, enquanto que as que sabem nadar estão suscetíveis a estes incidentes devido à sucção das bombas das piscinas. “Ao contrário do que muitos pensam, crianças se afogando não acenam ou gritam por socorro, e parecem muitas vezes que estão brincando na água”, alerta.
Ele destaca cinco atitudes que podem prevenir 95% dos acidentes em piscinas:
- Supervisionar constantemente: A chave para evitar tragédias é nunca deixar crianças sozinhas perto de piscinas ou corpos d’água;
- Responsabilidade sem salva-vidas: Em locais sem salva-vidas, todos são responsáveis por garantir a segurança;
- Conhecimento de urgência: Estar ciente de como agir rapidamente é vital;
- Cercar e proteger: Instale cercas seguras ao redor de piscinas para bloquear acesso direto;
- Prevenção de sucção: Utilize ralos com tampa anti-sucção de cabelos.
Ação imediata pode salvar vidas
Quando o Samu ou o Corpo de Bombeiros é acionado em casos de afogamento infantil, a agilidade é fundamental. A equipe treinada, rapidamente avalia a situação, obtendo informações sobre o estado da vítima e a extensão da exposição à água.
É essencial que os pais forneçam informações claras e precisas, incluindo a localização exata do incidente, a idade da criança e quaisquer detalhes sobre a duração do afogamento. Essas informações ajudam a equipe a se preparar adequadamente para a intervenção.
Procedimentos em casos de afogamento infantil
- Reconhecimento rápido
Identifique que alguém está se afogando e precisa de ajuda.
- Chamada imediata
Peça a alguém para chamar o Samu (192) ou Corpo de Bombeiros (193) antes de tentar ajudar, garantindo uma resposta especializada.
- Utilização de materiais flutuantes
Forneça qualquer material flutuante disponível para interromper o processo de afogamento.
- Remoção segura da água
Se seguro, remova a criança o mais rápido possível da água.
- Pronto atendimento na borda da piscina.
Inicie os primeiros socorros imediatamente.
Orientações para Primeiros Socorros
Enquanto a equipe do Samu ou Corpo de Bombeiros se desloca até o local, os pais podem agir de maneira eficaz seguindo algumas orientações essenciais:
- Posicionamento adequado: coloque a criança deitada, com a cabeça e o tronco na mesma linha horizontal. A água que foi aspirada durante o afogamento não deve ser retirada, pois estas tentativas podem prejudicar e retardar o início da ventilação e oxigenação da criança. Além de facilitar a ocorrência de vômitos.
- Checagem de respostas: Verifique se há resposta da criança; se houver, coloque em posição lateral direita e aguarde o socorro.
- Sem resposta: caso a criança esteja inconsciente, chame o Samu. A ausência de respostas implica em duas possibilidades principais: ela está viva e não responde ou está em parada cardiorrespiratória (PCR).
- Cheque a respiração: em seguida abra as vias aéreas, colocando dois dedos de uma mão no queixo e a outra mão na testa e estenda o pescoço.
- Se existir respiração: se há movimento do tórax e depois das manobras de abertura das vias aéreas for constatado de que há respiração, coloque a criança em decúbito lateral direito (ou seja, deitada de lado) e aguarde o socorro chegar.
- Se não houver respiração: inicie cinco ventilações boca a boca. É recomendável a utilização de barreiras de proteção (máscaras), mas a falta de máscara não impede o procedimento.
- Criança não responde: Se não houver resposta da criança afogada (movimento ou reação à ventilação), assuma que o coração está parado, coloque a mão no centro do peito, bem na linha dos mamilos, e faça 30 compressões, alternando duas ventilações, ou, na dúvida, mantenha compressões contínuas até o socorro chegar.
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Colaboração: Silvestre Aguiar, assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde