A Polícia Militar registra um déficit significativo de efetivo com os piores números dos últimos dez anos em Santa Catarina. Segundo o comandante do 9° Batalhão da Polícia Militar (9°BPM), tenente-coronel Sandi Muris de Medeiros Sartor, a tendência é piorar ainda mais. “Nosso efetivo está caótico”, relatou.
“Hoje nós temos em Criciúma 228 policiais militares. Destes, alguns estão com atestado psicológico, operados, fizeram cirurgia, com restrições, ou temos as férias, que tem que dividir por dez ou por 12 pra fazer uma escala de serviço”, contou. “Pra trabalhar mesmo eu estou com 50 policiais por escala de serviço”, completou o comandante.
Para a situação estabilizar, Sartor avaliou que mais 50 a 80 policiais supririam a necessidade. Muitos dos PMs estão se aposentando, o que aumenta ainda mais o deficit. Com isso, o esperado é que os próximos dois anos registre números ainda piores.
“Não temos escola de formação, não tem edital lançado, as provas não iniciaram… isso tudo leva tempo e mais dez meses de formação. Acredito que, nos próximos dois anos, nós não receberemos efetivo, iremos apenas perder”, lamentou.
Mais de 20 mil ocorrências foram atendidas em 2022
Apesar da carência no efetivo, o tenente exaltou os atuais policiais criciumenses que nunca desanimam do trabalho. Só este ano, segundo ele, foram mais de 20 mil ocorrências atendidas, uma média de quase 90 ocorrências por dia.
“Todo dia eles abordam as mesmas pessoas, fazendo as mesmas coisas, nos mesmos lugares, mas são incansáveis”, enalteceu Sartor. “Apesar do número bastante reduzido, são policiais extremamente ligados ao trabalho, eles tem um sentimento de pertencimento, eles ficam chateados quando acontece um problema no setor deles de policiamento”, finalizou.
Os policiais recebem muitas reclamações da população por conta da demora em alguns atendimentos. Mas a equipe tenta atender o povo da melhor forma possível, lidando com a falta de PMs todos os dias.
“É feito uma ginástica quase que diariamente para conseguir enquadrar o nosso efetivo com o atendimento de ocorrências. A gente tenta trabalhar com isso para que consiga atender da melhor forma, inclusive diminuindo nossa métrica de atendimento com guarnições que colocam um pouco mais para que o cidadão não espere tanto”, concluiu o comandante do 9° BPM.