Santa Catarina foi um dos estados mais elogiados há alguns meses atrás, devido as suas sérias medidas de prevenção adotadas ainda no início da pandemia de Covid-19 para evitar a propagação da doença. O comércio fechou, os ônibus pararam e, algumas semanas após o primeiro decreto, praticamente tudo voltou a reabrir. Atualmente, quase quatro meses após a pandemia ter chegado ao estado, SC vive um dos momentos mais complicados da doença - com um aumento diário significativo no número de casos e UTI's públicas quase lotadas.
No SC em Debate desta segunda-feira, 13, os jornalsitas Adelor Lessa, Ananias Cipriano, Marcelo Lula e Maria Helena Pereira ressaltaram alguns dos acertos e erros de Santa Catarina durante este período de pandemia.
Alvo de alguns pedidos de impeachment, o governador Carlos Moisés foi elogiado pelas medidas de segurança impostas ainda em março no estado. "O governador foi perfeito no início, quando mandou fechar. SC foi o estado que mais fechou, nenhum outro parou ônibus ou comércio em 100%, foi corajoso e ousado. E nós ficamos muito tempo com a curva lá embaixo por causa daquilo, depois ele foi ficando apertado com a pressão da CPI dos Respiradores, e passou a bola para frente, entregou aos prefeitos", disse Adelor.
Mais de dois meses após o primeiro decreto de suspensão de atividades ser colocado em prática, Moisés delegou aos prefeitos as tomadas de decisões para restrições de acordo com cada município. Apesar de ser algo pedido pelas autoridades municipais já há algum tempo, agora muito se questiona sobre as decisões de cada município para novas restrições em meio a um pico de contágio.
"Alguns prefeitos estão querendo jogar a culpa só no governador do estado pelas paralisações necessárias, mas o fato é de que não é por aí. Os casos estão crescendo, se o percentual de uso das UTI's chegar a um ponto preocupante não tem o que se fazer, todo mundo perde", colocou Lula.
Em Criciúma, o hospital São José já está com 100% das suas UTI's do SUS destinadas à doença lotadas. Além do problema de lotação, outro fato preocupa: a demora para que novos leitos possam funcionar. "Para funcionar precisa ser habiltiado pelo Minsitério da Educação, demora de 3 a 4 semanas. Aqui está com 100% de ocupação, aí monta 10 leitos e vai esperar um mês para habilitar? Quem tem que dar receita de medicamento é médico, o governo federal tem que fazer agilizar para habilitar os leitos de UTI. O estado tinha que estar preparado para esse momento, e não para correr atrás enquantoe estivesse no topo", pontuou Adelor.
Além da demora para a habiltiação de novos leitos, outra coisa preocupa os hospitais e a população: a falta de novos profissionais. "Não tem técnico de Saúde, enfermeiros e médicos, estão faltando. Eles também ficam doentes, também são humanos. Temos que cosneguir também esta questão de RH, como vamos atender a população? Tudo já era para estar estruturado", declarou Maria Helena.