Desde o ano de 2016, Santa Catarina vem registrando uma queda nas coberturas vacinais, abrangendo todas as vacinas do calendário básico de crianças até um ano de idade. Entretanto, com o esforço empreendido pelas equipes estaduais, regionais e municipais de saúde, bem como com a atuação do Ministério da Saúde na atualização das bases de dados, buscando integrar dados enviados por diferentes sistemas de registro de vacinados, esse quadro começa a se modificar.
No caso da vacina tríplice viral (VTV) que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, a meta de 95% de cobertura vacinal que havia sido alcançada pela última vez em 2019 (96,10%), alcançou 97,5% em 2022, após dois anos consecutivos (2020 e 2021) em que foram vistas baixas coberturas vacinais (87,3%).
"Foram meses de esforço combinado entre todas as esferas de gestão em saúde, o Estado assumiu a responsabilidade pela realização das campanhas publicitárias, bem como a distribuição das vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde e os insumos necessários, e agora surge então o resultado de toda essa operação", relata o Secretário de Estado da Saúde, Aldo Neto.
João Augusto Brancher Fuck, diretor de vigilância epidemiológica de Santa Catarina, associa o resultado positivo ao trabalho de conscientização que vem sendo realizado pelo estado e pelos municípios junto à população, o que vem servindo para reduzir a hesitação vacinal. “Há alguns anos temos enfrentado esse grande problema de saúde pública que é a queda das coberturas vacinais, o que deixa a população vulnerável a inúmeras doenças. Então, o nosso trabalho para recuperar a confiança da população nas vacinas têm sido prioritário e constante. Ter voltado a alcançar a meta de vacinação da tríplice viral depois de dois anos em baixa é motivo de comemoração, porque o esforço das equipes mostrou resultado”, avalia o diretor.
Além da divulgação de informações corretas sobre as vacinas e sobre o risco da não vacinação, estado e municípios têm se empenhado em diferentes estratégias que vão desde a realização de campanhas de vacinação, de ações de busca ativa da população não vacinada por meio das equipes de atenção primária à saúde, de atividades de vacinação em escolas, terminais de ônibus, praças, centros comerciais, assim como pela quebra de barreiras para a vacinação, como a não obrigatoriedade de apresentação de comprovante de residência para vacinação.
Com relação às demais vacinas do Calendário Básico de Vacinação das crianças, apesar das metas ainda não terem sido alcançadas, os números já demonstram um cenário favorável se comparado ao ano anterior. No caso da vacina BCG, por exemplo, em 2021 a cobertura vacinal foi de 69,61% e, este ano, já está em 81,84%. As coberturas das vacinas contra o rotavírus; a pentavalente; a pneumocócica; a contra a poliomielite; a meningocócica C; e a contra a hepatite A seguem a mesma tendência de alta em comparação ao ano anterior, todas com coberturas acima dos 85% até o momento.
Para o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário, os números demonstram os primeiros resultados do esforço coletivo de Santa Catarina no resgate das coberturas vacinais, tema recentemente discutido no I Simpósio Catarinense de Imunização, organizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina. "Apesar da melhora nas coberturas vacinais é necessário continuar avançando, já que a recomendação para essas vacinas são de coberturas acima de 90 a 95%", destaca o superintendente.
“Esses dados não são definitivos, é a cobertura acumulada até o mês de outubro deste ano. Mas considerando o esforço empreendido por todos, e com a significativa melhora do sistema de informação, acredito que a partir do registro das doses aplicadas nos meses de novembro e dezembro, conseguiremos alcançar a meta de cobertura vacinal para todas as vacinas infantis para 2022. Tenho absoluta convicção de que as equipes de saúde irão continuar empenhadas, buscando manter as altas coberturas vacinais, já que apenas dessa forma evitaremos o retorno de doenças controladas e mesmo eliminadas, protegendo nossas crianças e reduzindo o risco de ocorrência de epidemias que tanto causaram dor no passado.”, finaliza Macário.
Desde a primeira sinalização da queda da cobertura vacinal, seguindo recomendação dos técnicos em epidemiologia, o governo do Estado dispôs seus técnicos e recursos financeiros para que fosse possível voltarmos com a imunização aos patamares definidos pelos protocolos em saúde.