A morte da professora e historiadora içarense, Derlei Catarina de Luca, reacendeu a história difícil de sua vida. Ela chegou a ser presa e torturada em 1969 durante a Ditadura Militar. Mas, como ela mesma destacou em relato à Radio Som Maior, um dos piores momentos e que mais a marcou foi quando, em 1972, se viu obrigada a abandonar o filho José Paulo de Luca Ramos, em frente a um hospital. Derlei só encontrou o filho dois anos e meio depois na Capital Cubana.
“A minha mão foi pra Cuba e eu fiquei no Brasil. Depois fui pra Cuba com ela e voltamos em 79. Era um país, que na época, era maravilhoso para crianças, era o auge do sistema socialista. Quando voltamos em 79 a mãe continuou lutando por seus direitos”, lembrou José Paulo.
José Paulo lembra da mãe com orgulho ao dizer que ela deixará um legado não só ao estado, mas a todo o país. “É difícil falar nesse momento, o que minha mãe deixa é um exemplo de vida para todos seguirem. Ela sempre defendeu o ponto de vista dela com ética e dignidade. No Brasil de hoje é muito difícil não se corromper. Ela vai deixar uma história. Trabalhou não só para ela, mas pra todo mundo. Se hoje temos liberdade de expressão é por pessoas como ela”, contou.
“Eu já era bem jovem ainda na época. Minha irmã era um pessoa que tinha um sonho e lutou por aquilo que ela sempre acreditou. Passei com ela e com a minha mãe na luta da ditadura. Ela vivia e amava esse país como ninguém”, completou o irmão de Derlei, Julio de Luca.