A chegada do inverno e a queda na temperatura são a senha ideal para que o vinho brilhe como protagonista na mesa de restaurantes, encontros sociais ou almoços e jantares em família. O consumo no País é crescente e há um número significativo de pessoas que conhecem os segredos da bebida. Mas, para quem não está tão habituado assim, alguns conselhos são fundamentais para tornar a experiência com o produto mais prazerosa.
Enólogo formado na universidade da Borgonha, na França, Fabiano Mazzilli é responsável pelas adegas da rede Bistek Supermercados e dá dicas para você acertar na hora de escolher o próximo rótulo.
Atenção aos taninos
Um dos componentes do vinho, os taninos causam a sensação de adstringência na boca. A "aspereza" do vinho vem daí. Algumas pessoas gostam justamente dessa sensação. Nesse caso a opção é por uvas como Cabernet Sauvignon, Tannat e Petit Verdot.
Principalmente entre aqueles que estão iniciando no mundo do vinho, a preferência é por uma bebida mais "aveludada", menos agressiva. Para esses, o indicado é beber vinhos mais jovens. A opção, nesse caso, são uvas como a francesa Merlot, a italiana Primitivo e exemplares da região dos vinhos verdes de Portugal.
Atenção à temperatura - Cada tipo de vinho vai conseguir expressar o seu equilíbrio e os seus aromas se for servido na temperatura correta. Colocando em uma escala iniciada pelo mais frio, em via de regra viria a classe dos espumantes, seguida pelos brancos, rosés e tintos. Um vinho muito aromático, por exemplo, se não for servido resfriado, pode ficar exagerado.
Compartilhe com amigos - Em um encontro social, por exemplo, amigos podem combinar antecipadamente que rótulos serão levados por cada um. Isso possibilita que os participantes experimentem diferentes tipos de vinho em uma mesma oportunidade.
Não tenha preconceitos
No Brasil, criou-se o mito de que é preciso entender de vinho e gastar muito dinheiro para beber um bom produto. Mas não precisa ser assim. O vinho está na história da humanidade há milhares de anos e é algo muito natural, simples e cotidiano. Na Europa, por exemplo, é um produto da mesa, como o pão. Algumas pessoas simplesmente não gostam da bebida. Outras vão gostar do branco, do tinto ou de ambos - essa é uma escolha pessoal. O glamour e os rituais existem, mas não é o que mais importa quando falamos de ter uma experiência com o produto.
Há outros tabus que devem ser derrubados. O vinho doce não é necessariamente ruim. O vinho do Porto, por exemplo, é uma bebida de sobremesa, com açúcar residual da uva que não terminou de fermentar. Um Sauternes, vinho francês, é maravilhoso também. Também não é verdade que só o tinto é um bom vinho. Existem rosés e brancos maravilhosos.
Mantenha-se hidratado. Beber água durante o consumo de qualquer bebida alcoólica é importante para manter o corpo hidratado. E a dica sempre importante, se beber, não dirija.
Sobre o enólogo
Formado em engenharia florestal, Mazzilli é enólogo e sommelier com passagem por vinícolas da França e Itália. Atualmente, responde pelas adegas da rede Bistek Supermercados, com 19 lojas em 12 cidades de Santa Catarina. As adegas da rede tem cerca de 800 rótulos de países como França, Argentina, Itália, Uruguai, Portugal, Chile e Brasil. Do total de rótulos, 200 são importação exclusiva.