O ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fala após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal.
O ministro começou a entrevista lembrando como recebeu o convite para assumir o Ministério do então eleito presidente Bolsonaro. Repassou números positivos da queda de crimes no Brasil durante o ano de 2019. "Final de 2018, eu recebi o convite do então eleito presidente da república, Jair Bolsonaro, isso já falei publicamente diversas vezes, para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública. O que foi conversado era de que nós teríamos um compromisso de combate à corrupção, crime organizado e foi-me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive dos órgãos policiais".
O ministro diz que não concorda com nomeação política para cargos técnicos importantes no Ministério, que não havia problema em exonerar o diretor-geral Maurício Valeixo desde que houvesse uma justificativa.
O orgão de comunicação do Governo Federal afirmou que o diretor-geral Maurício Valeixo teria pedido demissão. Moro condenou: "Ele nunca pediria demissão".
"O presidente me disse mais de uma vez que queria uma pessoa de contato pessoal dele, que ele pudesse ligar. Realmente este não é o papel da Polícia Federal. As investigações tem que ser preservadas. Respeito a autonomia da Polícia Federal, como respeito a autonomia da aplicação da lei", declara Sergio Moro
Sergio Moro criticou a tentativa de interferência de Bolsonaro nas investigações da PF. "Bolsonaro queria ter pessoa do contato pessoal, que ele pudesse colher relatório de informação, que pudesse ligar, e realmente não é o papel prestar esse tipo de informação.Imagina se a ex-presidente Dilma ligasse pra pedir informação das investigações em andamento?", indagou. "Aquele governo tinha diversos defeitos, mas garantiu a autonomia das investigações, o que foi fundamental", emendou.
O agora ex-ministro afirmou que deixará o cargo. "Vou encaminhar minha carta de demissão, não tenho como prosseguir com meus compromissos se não tiver autonomia"
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