Teich terá como desafio mobilizar profissionais da saúde no entorno do Ministério

Nelson Teich, oncologista formado pelo Inca e com MBA em Administração de Saúde, terá o desafio de definir as medidas preventivas ao coronavírus no país. O novo ministro da Saúde foi anunciado na quinta-feira, após a queda de Luiz Henrique Mandetta. Teich tem artigos publicados em que destaca ser o isolamento social a medida mais eficaz no combate à pandemia; em sua posse, afirmou que saúde e economia não são antagônicas. 

O pneumologista Renato Matos, consultado diariamente pela Rádio Som Maior e Portal 4oito sobre a situação do coronavírus no Brasil, avalia como difiícil o momento em que Teich assume a pasta. Mandetta contava com o respaldo da área da saúde no país e teve uma ascensão política desde que a crise foi desencadeada. "Ele entra em uma situação complicada. O Mandetta mostrou-se muito firme e transparente. Ele era desconhecido e em pouco tempo foi alçado como um dos grandes nomes da política brasileira", analisou Renato.

Como pneumologista, Renato Matos atuou na área da saúde pública no passado. Atualmente no quadro da Unimed, ele reforça a diferença entre a saúde pública e privada; Teich, atualmente sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos, assume pela primeira vez um cargo na saúde pública.

"O que me preocupa é que ele vem da saúde suplementar, o que é muito diferente da saúde pública. Trabalho na saúde privada e trabalhei muito tempo na pública. São pessoas e maneiras diferentes de agir. Na saúde suplementar existe um aspecto financeiro muito grande. Na saúde pública, o pessoal é acostumado a trabalhar com orçamento muito baixo e pessoas extremamente envolvidas no seu trabalho. São pessoas que dedicaram sua vida a isso", apontou Renato.

Para o médico, mais do que a capacidade técnica, a qual ele acredita que Teich tem, será fundamental a capacidade de movimentar os profissionais da saúde em torno do ministério, como fez Mandetta. "Tomara que o Taich tenha a capacidade de mobilizar esse pessoal. Essa foi uma das grandes vantagens do Mandetta, ele agregou em torno de si o sistema que vem perdendo volume e sendo mal remunerado", disse Renato. "Tomara que o novo minsitro tenha a capacidade pessoal de mobilizar o grupo fantástico que é o envolvido com o ministério da Saúde", concluiu.