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Telas do século 19 são restauradas no Museu ao Ar Livre, em Orleans

Obras que vieram da Alemanha em torno de 1880 voltaram à apreciação de fiéis

Por Redação Criciúma, 27/03/2024 - 16:16 Atualizado em 27/03/2024 - 16:33

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A Semana Santa para os fiéis que frequentam a Igreja Matriz de São Ludgero ganhou um toque especial. As 14 telas da "Via Sacra" voltaram à exposição depois de um longo tempo longe do público. As obras são do século 19 e vieram da Alemanha. No ano passado, foram levadas pelo pároco Anselmo Buss para o laboratório de restauração do Museu ao Ar Livre Princesa Isabel, no campus Unibave, em Orleans.

As telas retratam as estações da Paixão de Cristo, a chamada Via Crucis, e, conforme o padre Anselmo, embora os quadros não tenham uma data precisa, são de algo em torno de 1880.

"Foram trazidas pelo primeiro pároco, aqui de São Ludgero, ainda jovem, o Monsenhor Frederico Tombrock. São telas antigas que vieram, provavelmente, da região de Westphalia, na Alemanha", relata o padre, que lembra que de lá vieram o primeiro bispo e o padroeiro da paróquia.

Como funciona a restauração

Conforme o museólogo e restaurador do Museu ao Ar Livre, Idemar Ghizzo, o objetivo do restauro é preservar os aspectos originais da obra. "Todo o processo de restauração trabalha com técnica, desde o recebimento da tela, a documentação, o laudo, o diagnóstico e a intervenção. Esse é o estudo da melhor maneira de intervir para que a tela fique apreciável novamente. É um processo técnico", explica Idemar.

Para a diretora do Museu ao Ar Livre, Valdirene Böger Dorigon, o trabalho exige paciência e conhecimento técnico. As obras são de autor desconhecido e ficaram no Museu desde setembro do ano passado.

"Trabalhar com acervo religioso, estamos trabalhando com a questão da fé, da religião das pessoas. Então, é um trabalho que tem todo um respeito relacionado, independente da religião, do objeto que nós estamos trabalhando. Tem um sentimento a mais do que um outro objeto simples", afirma Valdirene.

Uma das técnicas que trabalharam no processo de restauro foi a bacharel em Museologia e moradora de São Ludgero, Rosani Hobold. Ela conta que seu pai achava que os quadros haviam sido descartados.

"Quem tem uma certa idade provavelmente lembra dessas obras bastante significativas. O meu pai comentou que as telas haviam sido retiradas, achando que teriam sido jogadas fora. Aí eu falei que estavam no laboratório de restauração do Unibave e, em breve, voltariam para a Igreja Matriz", conta.

O padre Anselmo lembra que as obras fazem parte da história de São Ludgero, e por isso é importante o restauro. "Aqueles que vierem aqui vão ter a oportunidade de verificar cada personagem, cada rosto, cada detalhe, que trazem algo muito especial, que tudo fala por si mesmo", comenta.

Fase do restauro

Conforme Idemar Ghizzo, as telas haviam recebido uma intervenção anterior, que precisou ser removida. Depois foi realizada a fixação dos desprendimentos da camada pictórica, em seguida, a remoção de todo chassi e, após, a limpeza e remoção de toda sujidade. A fixação de parte da camada pictórica foi necessária, pois a mesma estava em desprendimento, houve também enxerto no tecido.

Os técnicos, depois dos trabalhos de estabilização e higienização, realizaram o estuque nos locais onde houve perda da camada pictórica e, em seguida, o nivelamento do mesmo. Finalizada a primeira parte do trabalho, foi aplicada uma camada do verniz de retoque na pintura original e feita a reintegração pictórica. E por último, uma nova camada do verniz de proteção.

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Colaboração: Antonio Rozeng

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