Fazer com que as pessoas que estão ouvindo o jogo no rádio entendam o lance como se estivesse ao vivo no estádio. Esse é o trabalho de um narrador esportivo de rádio. E quem pode falar muito bem sobre isso é Mário Lima, convidado do Programa Do Avesso desta quinta-feira (4).
Mário rodou por Paraná, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul antes de chegar a Santa Catarina. O lugar que mais o marcou foi Salvador, na Bahia.
“Foi à terra que mais me identifiquei de todos os lugares que passei. O Brasil lá de cima é muito legal. As pessoas às vezes falam mal do Norte e Nordeste, mas é um lugar muito bacana. Uma experiência e cultura diferente, as pessoas são diferentes, são sinceras, são participativas, se preocupam mais umas com as outras. A simplicidade encanta e a natureza que não precisa nem comentar”, conta.
Mário já era bom com os microfones, proporcionando boas entrevistas após as partidas que disputava enquanto era jogador, no Paraná. Até sofrer uma lesão e parar com tudo.
“Tive uma lesão na virilha e tive que abandonar o futebol, cheguei a jogar como profissional. Sempre era bom em entrevistas, foi ai que me convidaram para ser comentarista e comecei minha carreira”, afirma.
Em 1980, Mário começou a trabalhar na Rádio Sociedade da Bahia, e em 1982 cobriu a Copa do Mundo. Ele sempre foi despojado e brincalhão, mas quando chegou na Bahia para trabalhar o taxaram como um narrador clássico e sério.
“Vocês acham que eu sou despojado, mas quando eu fui para a Bahia trabalhar eles me tinham como locutor clássico e muito sério. Então você imagina como era lá e como é até hoje”, conta.
Mário teve a chance de trabalhar como narrador tanto no rádio como na TV, mas segundo ele, não troca a rádio por nada, não se identificando muito com a TV.
“O radio é mais eloquente, mais sangue, mais mágico. Você está criando uma história no microfone, principalmente narrar um jogo, fazer com que as pessoas que estão ouvindo o jogo, veem o jogo. Por isso que sempre falo os detalhes, que a bola está na direita, esquerda, que tem alguém chupando picolé na arquibancada. Prefiro o rádio, não me identifiquei muito com a TV”, afirma.
A primeira passagem de Mário Lima por Criciúma aconteceu na década de 1990. Ele fez toda a temporada de 91 e depois os jogos da Libertadores. Depois da primeira passagem, o locutor voltou em 2001 para Criciúma, onde fixou residência desde então.
Mário Lima fará parte da nova equipe de esportes da Rádio Som Maior, no projeto Timaço.
O Programa Do Avesso tem apresentação de Mano Dal Ponte e Pity Burigo. Confira o programa na íntegra: