Entre as 166 produções pré-indicadas a ‘Melhor Documentário’ no Oscar 2019, o Brasil concorre com três títulos: “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, sobre os bastidores do julgamento que resultou no impeachment de Dilma Rousseff; “Nossa Chape”, dos irmãos estadunidenses Jeff e Michael Zimbalist, a respeito do acidente aéreo que vitimou quase toda a equipe da Chapecoense; e Piripkura, de Mariana Oliva, Renata Terra, Bruno Jorge, que retrata a história de dois indígenas que sobrevivem em uma área dominada por madeireiros e fazendeiros, em plena Floresta Amazônica.
O documentário “O Processo” mostra, através de uma abordagem indireta, a crise política que afetou o Brasil a partir de 2013. A diretora Maria Augusta Ramos captou imagens no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, durante votações e discussões, que resultaram na destituição da presidente Dilma Rousseff do cargo executivo. O filme ficou em terceiro lugar na escolha do público entres os documentários da ‘Mostra Panorama’, premiação paralela do Festival de Berlim, que aconteceu em fevereiro de 2018 na capital alemã.
Em “Nossa Chape” o público tem a chance de conhecer todo o processo de reconstrução do clube Chapecoense, de Chapecó, Santa Catarina, depois do desastre aéreo de 2016, que envolveu a delegação do clube, jornalistas e tripulação em viagem à Medellín, na Colômbia, para a final da Copa Sul-Americana. Com a ajuda de três jogadores sobreviventes e das famílias dos mortos, os diretores Jeff e Michael Zimbalist mostram as facetas de uma equipe e de toda uma cidade assolada pela trajédia. Os irmãos Zimbalist também são os responsáveis pela biografia “Pelé - O Nascimento de Uma Lenda”, que retrata a os primeiros passos do ídolo nacional em Três Corações, no Sul de Minas Gerais.
Já a produção “Piripkura” conta a história de dois índios da tribo Piripkura que sobreviveram cercados por fazendas e madeireiros, numa área remanescente no meio da floresta amazônica. Através dos olhos de Jair Candor, funcionário da FUNAI, que realiza expedições periódicas na selva desde 1989, os dois indígenas foram monitorados e os vestígios encontrados comprovaram a presença deles na mata e a luta para impedir a invasão da área. A direção é de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge.
Além dos documentários, o Brasil também está na espectativa pelo troféu de ‘Melhor Filme Estrangeiro’ com o longa-metragem "O Grande Circo Místico", de Cacá Diegues, escolhido para representar o país na disputa por uma indicação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
A próxima lista de corte para Melhor Documentário será divulgada em 15 de dezembro deste ano e a seleção final, com os cinco títulos concorrentes, será anunciada no dia 22 de janeiro de 2019. A 91ª. edição do Oscar tem cerimônia marcada para a noite de 24 de fevereiro, em Los Angeles, Califórnia, com transmissão para mais de 225 países.