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Um criciumense quase em meio à tragédia

Problema em documentação livrou Henrique Martins de se hospedar no alojamento do Ninho do Urubu

Por Lucas Renan Domingos Criciúma, SC, 09/02/2019 - 09:05
Foto: Lucas Renan Domingos / A Tribuna
Foto: Lucas Renan Domingos / A Tribuna

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Eram 26 jogadores hospedados no alojamento das categorias de base do Flamengo, no Ninho do Urubu, no momento em que um incêndio atingiu as instalações na madrugada dessa sexta-feira, matando dez pessoas e deixando mais três feridas. Outros 13 conseguiram escapar. O criciumense Henrique Martins, de 15 anos, poderia ser uma das vítimas, caso um problema com documentações não tivesse livrado o garoto da tragédia. 

Acompanhado do pai, Henrique, que era jogador de base do Criciúma e agora está acertando com o Flamengo, preparava os últimos detalhes para começar a morar no Rio de Janeiro e treinar no clube carioca. “Ele deveria ter ficado hospedado naquele mesmo alojamento na madrugada de quinta. Só que a gente precisava terminar a fabricação do passaporte dele. Não conseguimos fazer isso a tempo ontem (quinta-feira). Então ele foi comigo para um hotel. Ficamos de voltar hoje (sexta-feira) no CT do Flamengo. Foi então que ficamos sabendo de toda essa tragédia”, contou, aliviado, Renato Martins, o pai de Henrique. 

Assim que as primeiras informações foram surgindo, imediatamente pessoas ligadas ao criciumense e que tinham o conhecimento sobre a ida dele para o Flamengo começaram a ligar atrás de notícias. “Tratei de acalmar todo mundo. Estamos aliviados por um lado, mas triste por tudo isso. Conhecemos a realidade desses jovens em busca dos seus sonhos. Foi um livramento de Deus o Henrique não estar lá”, disse Renato. 

Conhecidos de Henrique

Dos dez corpos encontrados no alojamento, dois eram de atletas catarinenses. Um era Bernardo Pisetta, de 15 anos, goleiro do Flamengo, natural de Indaial. O jogador iniciou sua carreia no futsal. Passou pelo Guarani, de Brusque, Athletico Paranaense, até chegar ao Flamengo em agosto do ano passado. O segundo era Vitor Isaías, de 14 anos; Natural de Florianópolis, surgiu no futsal do Figueirense Figueirense, passou pelo Athletico Paranaense e foi contratado pelo Flamengo no segundo semestre do ano passado.

“O Henrique também jogava futsal. Como haviam as competições estaduais que ele participava pela escola dele, acabou conhecendo os dois”, afirmou Renato. Após a tragédia, os criciumenses resolveram voltar para casa. “É muito triste. Todos aqui no Rio de Janeiro estão desesperados. A ficha ainda não caiu. Vamos esperar as coisas se resolverem, vamos repensar qual será o futuro do Henrique. Ele ainda tem abertura para retornar ao Flamengo. Vamos analisar com calma e ver o que vai ser”, completou. 

Três dias de luto

“Antes de mais nada, eu queria externar nossos sentimentos a todos os familiares das vítimas desse episódio tão triste, que aconteceu no Rio de Janeiro, com a garotada do Flamengo”. Foi desta forma que o técnico Doriva começou sua coletiva antes do treino dessa sexta-feira no Heriberto Hülse. 

Os jogadores, comovidos com a situação, se juntaram à Comissão Técnica e demais colaboradores do Criciúma no centro do gramado para fazer uma oração. “Fica os nossos sentimentos em relação a essa tristeza que a gente está vivendo”, acrescentou Doriva. Logo depois o Criciúma decretou luto de três dias. O bandeirão do Tigre no estádio também ficará a meio mastro. 

“O Criciúma Esporte Clube lamenta a tragédia ocorrida no início da manhã dessa sexta-feira, no Centro de Treinamentos Ninho do Urubu, e se solidariza com a instituição e com as famílias. O Tigre deseja força ao Clube de Regatas Flamengo e a todos os atingidos”, afirmava a nota divulgada no site do clube. 

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