Todo mundo estava no auge da pandemia do novo coronavírus e Carla tinha agendada uma consulta de rotina com a sua geriatra, até que veio aquele pensamento: "Ah, eu tenho médico. Talvez eu não vou, vou esperar passar a pandemia e depois eu vou lá". Contudo, algo disse "Vai lá e se livra dessa consulta logo" e lá foi Carla. Após os exames, veio o resultado: câncer de mama. Carla Schutz foi a convidada do Programa Do Avesso desta sexta-feira, 30, na Rádio Som Maior.
Carla é advogada por formação e atuou como Procuradora Geral de Florianópolis por cinco anos, quando resolveu seguir na sala de aula dando aulas. Após alguns anos, se mudou para Criciúma, atuando junto a seu marido, cirurgião plástico Luciano Schutz.
Em maio deste ano, Carla tinha uma consulta de rotina marcada e descobriu que estava com quatro nódulos na mama esquerda. "Este ano eu recebi um diagnóstico de câncer de mama, em meio a uma pandemia. Eu não senti dor nada. Eu tinha uma consulta de rotina marcada e nos exames de rotina foi diagnosticado alguns nódulos. Na mamografia não apresentou nada, somente no ultrassom. Depende de casos, claro, mas eu sei que é importante que se faça os dois", contou.
Na hora o susto, mas o acompanhamento médico desde o início foi essencial para uma boa recuperação. "Quando eu fiz o ultrassom e o radiologista disse que eu tinha nódulos na mama, mas eu não me preocupei pois eu tenho nódulos de tireoide que eu acompanho e meu pai faleceu de câncer na tireoide, então eu acompanhava. Depois disse eu comentei com meu esposo, que é médico. Ele olhou e disse que tinha que investigar", comentou.
O diagnóstico foi confirmado e depois de aproximadamente um mês, ela realizou a operação, retirando a mama esquerda. "Talvez eu quisesse me organizar um pouco mais, mas eu tive que realizar com urgência. Os médicos conversaram muito, então logo em seguida eu já queria operar e colocar prótese da mama retirada", explicou.
Contudo, a reconstrução da mama não foi tão fácil como esperada. "Quando eu acordei o Luciano me falou 'A tua cirurgia não correu como o esperado, foi bem complicado'. O que aconteceu foi que eu tinha quatro nódulos e eles estavam muito pertos da pele e a pele ficou muito frágil, até mesmo para segurar o peso da prótese. Então eles utilizaram uma matriz dérmica, que irá se recompor com o tempo", enfatizou.
Junto com a pandemia e com o caso de câncer que Carla passou, ela sentiu a necessidade de externar o assunto e falar abertamente sobre o câncer de mama, alertando toda a população a respeito da doença.
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