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Varejo da construção comemora momento, mas de olho no aumento dos preços

Setor cresceu durante a pandemia, mas com a evolução veio a falta de materiais e a elevação dos valores

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 28/02/2021 - 13:02
Foto: Divulgação
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Em 2020 poucos setores puderam comemorar como o varejo da construção civil. O crescimento saltou da média de 2,5% a 3% por ano para 8%. O diretor executivo da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção da Região Sul de Santa Catarina (Acomac), Júlio João Pereira, acredita que, entre os motivos, está a permanência das pessoas por mais tempo em casa devido à pandemia, o que lhes fez perceber a necessidade de reparos. 

Além disso, o bom desempenho, segundo ele, pode ser creditado ao fato de um setor ser um dos primeiros a retomar as atividades. “A partir de março do ano passado nós conseguimos fazer com  que o governo entendesse que o setor era atividade essencial. Assim como outros segmentos que estavam em atividade na época”, diz.

Por outro lado, uma situação prejudicial foi a falta de mercadoria, devido à alta demanda. Segmentos como os de ferro e aço, tubos e conexões, cabos elétricos e uma série de outros itens não conseguiram suprir a procura, o que deve acontecer em 2021 também.

Pandemia e restrições

Pereira revela que o setor não teme pelas restrições da atividade devido à pandemia. “As pessoas, por terem ficado em casa, acabaram descobrindo que precisavam fazer as reformas e por isso conseguimos manter a nossa atividade funcionando. Aprendemos a trabalhar melhor a gestão de nossos estoques. A Acomac enquanto associação representativa do varejo da construção tem pautado orientações no sentido de que os nossos lojistas tomem as precauções, sigam rigorosamente os protocolos recomendados pelo Estado e prefeituras para evitar o contágio”, finaliza.

Elevação do preço dos insumos

Outro ponto citado por Pereira é a elevação do preço dos insumos. “Foi acima do esperado. A indústria aproveitou para compor preços e com isso, como os estoques eram baixos, a reposição ficou comprometida. Muitos segmentos como cimento, ferro e aço estão sendo vendidos com o preço do dia, e isso compromete até a gestão dos nossos negócios”, comenta.

Para ele, a justificativa da elevação dos preços, pelo o que pode ser verificado junto à indústria, se dá em função de uma série de fatores. “A indústria que trabalha com transformação alega que a matéria prima ficou mais cara, mas nós entendemos por outro lado que o que vinha acontecendo em 2018 e 2019 eram alguns ajustes de preços que não estavam sendo possíveis repassar. No nosso entendimento, em alguns segmentos não houve compreensão da limitação e das dificuldades que o varejo estava enfrentando. Houveram aumentos exagerados. Estamos aguardando algumas justificativas que ainda não vieram para que a gente faça as devidas adequações. O varejo passou a vender com margens mais apertadas e isso nos prejudicou, pois não poderíamos deixar de atender os clientes que estavam com obras por terminar e isso encarece também na ponta”, ressalta.

Ele lembra ainda que houve incremento considerável de lançamentos da construção civil que acompanha a tendência de 2021 na manutenção e crescimento do setor. “Como o varejo preenche a lacuna da falta do dia a dia, da reforma, do consumo formiguinha, acabamos por nos preparar melhor e hoje estamos mais capazes de atender as demandas por conta que as pessoas começaram a observar que vale a pena investir na residência”, fala. 

Indicadores

Recentemente, foram divulgados os Indicadores Imobiliários Nacionais do quarto trimestre de 2020 que mostram que o aumento dos preços do material de construção e as ameaças de desabastecimento podem prejudicar o setor, em especial os empreendimentos dos imóveis ligados ao programa Casa Verde e Amarela voltados para famílias com renda mensal entre R$ 2,5 mil e R$ 4,5 mil.

Os indicadores foram divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Segundo o órgão, a faixa com renda mensal de R$ 2,5 mil a R$ 4,5 mil é a que corre mais risco por ser a que representa menor margem de lucro para as empresas contratadas. De acordo com a entidade, isso pode diminuir o “apetite das empresas” pela fatia de mercado voltada ao programa de habitação do governo federal.

A sondagem da CBIC, que ouviu 1.200 consumidores, aponta aumento de 9,8% na compra de imóveis novos (apartamentos) e queda de 17,8% no número de lançamentos em 2020 na comparação com o ano anterior. No país, as vendas tiveram aumento de 3,9% no quarto trimestre de 2020, na comparação com o trimestre anterior. Na comparação entre o quarto trimestre de 2020 e o mesmo período de 2019, as vendas subiram 6,7%.

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