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Vencedor do melhor filme no Oscar 2020, Parasita ganhará exibição em preto e branco nos cinemas

Arrematando diversos prêmios, o filme sul-coreano quebrou paradigmas e deu o que falar em todo o mundo

Por Redação Criciúma, 20/02/2020 - 11:11 Atualizado em 24/03/2020 - 11:12

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O filme que critica a qualidade de vida da alta sociedade sul-coreana ganhará versão em preto e branco, que promete uma experiência mais imersiva e sensível ao público. A estreia foi no fim do mês passado, durante o Festival Internacional de Rotterdam, realizado na Holanda, e, agora, será exibido em cinemas selecionados ao redor do mundo.

O diretor disse que é “fascinante ver como a experiência visual muda quando um filme idêntico é apresentado em preto e branco. Eu assisti duas vezes agora, e, às vezes, o filme parecia mais uma fábula e me dava a estranha sensação de que estava assistindo uma história dos velhos tempos.”

Bong Joon-ho ainda complementou em comunicado oficial que “o filme pareceu mais realista e afiado, como se estivesse sendo cortado por uma lâmina”.

Sucesso nas premiações

O longa sul-coreano foi um dos filmes que mais recebeu indicações ao Oscar: Melhor Filme (vencedor), Melhor Direção (vencedor), Melhor filme em língua estrangeira (vencedor), Edição, Roteiro original (vencedor) e Design de produção. Apesar de ser um filme independente, que normalmente não recebe tanto destaque na premiação, Parasita conseguiu arrebatar algumas das principais estatuetas da noite.

A obra já foi destaque também no 72° Festival de Cannes, sendo ovacionada pela plateia e recebendo o prêmio Palma de Ouro, o de maior prestígio de todo o evento,  além de ser o primeiro da história de seu país a recebê-lo.

Recebeu ainda, no Rotten Tomatoes, uma aprovação de 99%, a maior entre todos os indicados a Melhor Filme.

Debates e semelhanças com a situação socioeconômica do Brasil

O sucesso de Parasita é tanto que já virou tema de vários hits de k-pop e gerou comparações da desigualdade no país asiático com a realidade brasileira. O jornal norte-americano Washington Post disse que “a Coreia do Sul é desigual, mas não é uma África do Sul ou um Brasil”. Já uma coluna da agência Bloomberg afirmou que “a Coreia do Sul é a versão asiática do Brasil”.

O diretor Bong Joon-ho já possui uma carreira extensa e respeitável. Seus filmes são bem conhecidos ao redor do mundo. Já dirigiu Okja e Expresso do Amanhã, por exemplo, que também trazem debates sobre a cruel indústria alimentícia e a desigualdade social, respectivamente.

Sinopse

O filme fala muito sobre as diferenças entre as classes mais ricas e as mais pobres, realçando os conflitos consequentes de seu convívio.

A trama se inicia com a família Ki-Taek, que vive em um porão, trabalhando informalmente dobrando caixas de pizza. O retrato é bem cômico, mostrando os filhos se esgueirando pelos cômodos em busca do Wi-Fi dos vizinhos.

Tudo muda com uma visita do amigo rico do filho, que faz faculdade. Ele lhe oferece a oportunidade de ser professor particular de inglês de uma garota de família rica. Sem exitar, o filho Ki-Taek aceita.

A história continua, e logo a família toda trabalha na mansão da família Park. Entretanto, os chefes não sabem de seu parentesco. O fim é imprevisível e torna o longa ainda mais surpreendente.

Legado

Parasita é um belo filme e tem tudo para se tornar um clássico com o devido tempo. Resta-nos apreciar o belo trabalho de Bong Joon-ho e torcer para que continue quebrando o paradigma dos blockbusters nas cerimônias de maior expressão do cinema e do mundo.

Outro fato que chama a atenção é o lucro obtido com o filme: com um baixo orçamento de US$ 11 milhões, arrecadou mais de dez vezes o valor, totalizando, até o final de 2019, aproximadamente US$ 140 milhões.

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