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Andre Borges Milanese (21/02/2019)
O programa Do Avesso desta quinta-feira (21) recebeu o coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, delegado André Borges Milanese. Ele falou sobre sua fama de ser uma pessoa casca-grossa, sua rotina profissional e como é lidar com sua função nas horas vagas, além de seus gostos pessoais e sua forma de lidar com criminosos.
Natural do Rio de Janeiro, Milanese mora em Criciúma desde o primeiro ano de vida. O profissional é formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ainda possui duas pós-graduações, sendo em Segurança Pública e em Direito Processual. A primeira delegacia que assumiu foi em Içara no ano de 2003, depois foi para a Central de Polícia de Criciúma, antes de assumir a equipe de homicídios da DIC.
“Me considero uma pessoa calma, tranquila, mas as pessoas que trabalham comigo me acham um cara bastante séria, não sou de dar muitos sorrisos, mas trabalho dentro da legalidade e da seriedade e não me acho uma pessoa tão brava. Tem colegas aí que são engraçados, contam piadas, mas cada um tem sua forma de agir, não é o que o delegado é. Não é se ele é mais aberto ou fechado que vai ser melhor ou pior, cada um tem seu jeito de agir”, explicou.
O delegado falou que independente da classe social ou profissional do criminoso busca sempre ser o mais imparcial possível, tratando as pessoas sem preconceitos. “Eu tento pautar da mesma forma usuários de drogas, um traficantezinho lá de um bairro pobre que muitas vezes está traficando por falta de opções, quanto um empresário que às vezes comete um crime ou dirige bêbado e entra na delegacia preso em flagrante. Tratamento é sempre igual, pelo menos tento sempre pautar as minhas decisões desta forma”, contou.
Milanese disse que apesar de muitas vezes saberem dos crimes, a falta de evidência ou testemunhos impedem que o caso seja solucionado ou colocado adiante. “Todo crime de homicídio chega na delegacia com um monte de informações, só que muitas vezes não conseguimos transformar isso em provas para pedir a prisão ou a busca e apreensão”, destacou. Ele fala que as pessoas tem medo de denunciar por causa de represálias e que o sistema deveria ser mais eficiente na segurança das testemunhas.
Em relação a sua vida pessoal, ele diz que não tem medo de sair na rua, mas toda cuidados a mais. “Não frequento os mesmo ambientes que frequentava antes de ser delegado, evito muitos lugares com aglomerações, mas não deixo de ir em um jogo do Criciúma ou sair com minha esposa para jantar ou ir na casa de amigos. Sempre com um cuidado diferenciado, ando sempre armado, mas felizmente na nossa região a vagabundagem ainda respeita um pouco a polícia”, salientou.