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Juliana Sakae (28/09/2019)
Juliana Sakae está de férias no Brasil, voltou para renovar o visto de trabalho e, na próxima semana, retornar a Los Angeles, nos Estados Unidos. Quer saber o motivo? Produção de documentários. Ela contou um fragmento de sua história no Programa do Avesso de hoje (28/02/2019).
A catarinense trilhou um longo caminho até chegar no mundo da Sétima Arte. Foram momentos de extrema dificuldade. No Brasil, passou três anos guardando todas as economias e, além disso, teve que fazer um empréstimo para dar garantias de que conseguiria pagar o mestrado na New York Film Academy que fica em Los Angeles. Quando foi para os EUA tinha dinheiro para se manter pelos primeiros seis meses. Juliana brinca que o aluguel de um flat em Los Angeles pagaria uma mansão aqui no Brasil.
Hollywood é um lugar de sonhos e grande parte da população é formada por atores, atrizes e pessoas com currículos incríveis. Todos correm atrás do sonho de trabalhar em grandes produções e estúdios. Ela começou sua carreira produzindo um documentário sobre o Haiti. Seu projeto foi lançado um mês depois do grande terremoto que devastou o país em 2010 e deixou mais de 300 mil mortos. A partir da tragédia passou a mobilizar amigos e parentes e pelas redes sociais conseguiu arrecadar dinheiro e ajuda para as comunidades que havia visitado. A ajuda emergencial se tornou um projeto de apadrinhamento a distância de crianças haitianas por voluntários brasileiros, e hoje ela tenta arrecadar recursos para construir um centro de atividades para as crianças fora do horário escolar. Seu projeto pessoal, que era o filme sobre o país, virou um projeto social, mas vai render outro filme.
O primeiro estágio que Juliana conseguiu foi como jornalista na Associação Internacional de Documentário. Ela não era remunerada, mas precisou trabalhar de forma voluntária em algumas produções para conhecer diretores e abrir espaço para crescer no ramo.
Juliana participou da produção do documentário do Netflix Making a Murderer que acompanha a história real de dois homens acusados de um crime terrível que talvez não tenham cometido. A primeira temporada demorou quase dez anos para ser finalizada e hoje já existem duas temporadas disponíveis na plataforma de streaming.
Depois disso, Juliana conseguiu trabalhos como produtora e, mais tarde, como diretora e editora. Em dezembro, ela esteve na equipe de organização da premiação do IDA, onde segue trabalhando até hoje, organizando os 150 jurados que avaliaram quase 700 projetos. Entre seus trabalhos atuais está a coprodução de um filme sobre a Copa do Mundo no Brasil, com foco na gentrificação e estreia marcada para o início deste ano.