Como único jornalista de Criciúma e região convidado para a coletiva de 100 dias do governo de Carlos Moisés, acabei puxando pelas pautas locais. Contrato com a Casan, Hospital São José e os outros filantrópicos, anel viário, Rodovia Jorge Lacerda.
O governador Moisés, PSL, se mostrou mais à vontade do que em outras entrevistas, inteirado de todas as áreas, e principalmente bem informado.
Principal informação foi em relação a intenção anunciada do prefeito Clésio Salvaro, PSDB, de anular (ou rescindir) o contrato com a Casan, porque entende que está ilegal.
Moisés repetiu apelo para Criciúma continuar no sistema, disse que a Casan tem investimentos a fazer na cidade, e deixou claro que está preparado para fazer o contraponto.
Uma das teses do governador é que a Barragem do Rio São Bento, de onde vem a agua para Criciúma e região, é da Casan. A Prefeitura (ou o Samae) terá que comprar agua da Casan para abastecer a cidade, se for rompido o contrato.
Aí está uma questão crucial.
Criciúma não tem água. Se a barragem ficar com a Casan, vai ficar mais difícil viabilizar a operação para municipalização do sistema (via Samae). Inclusive por preço. A Casan não vai cobrar mais barato.
A não ser que Criciúma vá buscar água das lagoas de Balneário Rincão. Mas, seria uma operação delicada, cara, e demorada.
No corpo técnico da Casan, o entendimento é que o prefeito Salvaro não conseguirá romper o contrato, mas se conseguir, não deverá levar a barragem, nem a estação de tratamento.
Enquanto isso, o prefeito Salvaro se mostra a cada dia mais seguro do rompimento. Não admite recuo.
Só vai seguir o rito firmado pelos advogados que o assessoram.
A previsão que até o final de abril a Casan será notificada do “divórcio".
O que disse
Governador Carlos Moisés sobre a Casan na região:
“A agua nossa lá quem entrega é a Casan, na região não tem água própria, os municípios dependem da água que a Casan fornece”.
Saiu mais cedo
A presidente da Casan, Roberta dos Anjos, estava na coletiva e deveria ficar com os outros da equipe de governo para dar entrevistas depois do governador Moisés. Mas, para evitar um agravamento da situação com Criciúma (especialmente com o prefeito Salvaro), ela saiu antes, evitando a imprensa. Por enquanto, só Moisés vai falar pelo governo e pela Casan.
Divisão no grupo
Governador Moisés deu mais duas informações importantes sobre o impasse da Casan.
Primeira - que a tarifa vai baixar em torno de 25% em junho, em função de nova forma de cálculo.
Segunda - que os prefeitos da região querem continuar com a Casan, não querem romper.
Salário garantido
Governador voltou atrás, e garantiu na coletiva que não há risco de atraso no pagamento de salários dos servidores. A mostrar que o deputado Julio Garcia, presidente da Assembleia, tinha razão.
Logo que o governador anunciou que não havia garantia de pagamento dos salários em julho, o deputado foi taxativo - “isso não existe, não haverá atraso nos salários”.
César candidato
Um movimento de renovação que está articulado em Criciúma está encaminhando a candidatura a prefeito de Criciúma do empresário César Smielevski, ex-presidente da Acic, atualmente presidente do conselho superior.
O empresário Gilson Pinheiro está na coordenação dos debates, que envolvem políticos de vários partidos, como Luis Baldin, do Novo, e Tati Teixeira, do PPS.
Também estão envolvidos filiados no MDB, PDT e DEM.
César Smielevski não tem filiação partidária. Mas na eleição de 2016 já teve seu nome especulado para disputar a Prefeitura.
Gilson regista que não será candidato a nada. Só quer articular uma alternativa nova para a eleição.
Procon em alerta
Deputada Ada De Luca, MDB, foi à tribuna ontem, na Assembleia, para registrar preocupação com o futuro do Procon no estado, se for aprovado o que consta na reforma administrativa encaminhada pelo governador Moisés.
A intenção é reduzir o Procon a uma diretoria da Secretaria de Desenvolvimento.
Hoje, o Procon catarinense é reconhecido nacionalmente por resolutividade de 95% dos casos atendidos.
Na Fifa
Na posse do novo presidente da CBF, Rogério Caboclo, ontem, no Rio, o empresário criciumense Rubinho Angelotti, presidente da Federação Catarinense de Futebol, esteve com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e o presidente da Conmebol, Alexandro Domingues.
Discurso do presidente
A grande expectativa para ontem na Marcha dos Prefeitos, em Brasília, era para o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O prefeitos ficaram divididos, mas uma boa parcela revela que esperava algo mais claro em relação ao Pacto Federativo. O prefeito de Içara, Murialdo Gastaldon (MDB) classificou como uma fala genérica e sem citar os programas que pretende lançar para beneficiar os municípios.
Protesto
No fim do dia, prefeitos da região se juntaram a outros para um protesto em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo: os seis anos de espera pela votação liminar do royalties do Petróleo. O movimento municipalista aguarda uma decisão definitiva do STF sobre a redistribuição dos recursos arrecadados com a exploração dos royalties de petróleo, suspensa por decisão monocrática da Corte. A reivindicação é que a partilha seja feita entre todos os 5.568.