Como previsto, deu Bolsonaro e Comandante Moisés. Já havíamos especulado que só um novo tsunami impediria a vitória de um dos dois. Mas não havia nenhuma previsão para isso. Ao contrário.
Bolsonaro ganhou com diferença menor do que estava projetado no início do segundo turno. Não foi goleada.
O Comandante Moisés não apenas ganhou, mas deu “um banho”. Foi a maior vitória de um governador eleito pelo voto popular na história de Santa Catarina.
Haddad perdeu, mas não fez feio. Ele se consolidou como liderança nacional e poderá comandar a reconstrução do PT.
Merisio não apenas perdeu. Foi desmoralizado. Não repetiu os votos que fez no primeiro turno.
Foi uma eleição atípica, marcada pela indignação e pela retirada dos políticos que estão no poder e no seu entorno.
Mudança, uma limpa geral, renovação - foi o que mais se ouviu.
A campanha mostrou que a direita se levantou e se fez protagonista. Ventos da mudança.
A democracia é assim. Hoje um lado está majoritário, amanhã pode ser o outro, e depois o outro.
Acima de tudo, venceu a democracia. As instituição foram preservadas e fortalecidas.
Como escreveu Ruy Castro, "que o Brasil seja grande o suficiente para absorver qualquer dos dois, digeri-lo e, em seu tempo, expeli-lo, até que surja alguém melhor”.
Que as urnas tenham levado o país e o estado para um caminho melhor, de prosperidade, crescimento e desenvolvimento.
E que todos tenham a maturidade para assimilar e administrar vitória e derrota.
Vitória menor
No fim das contas, uma vitória menor para Bolsonaro evita o sentimento de poder absoluto.
Não foi dado um cheque em branco.
Ele tem o apoio da maioria para fazer mudanças necessárias e não repetir as práticas velhas (ou velhacas).
Para tudo isso, terá o apoio do povo nas ruas.
O outro lado
O PT foi levado ao poder porque o eleitor acreditou que ele faria diferente. Não iria dar continuidade ao balcão de negócios para governador, nem às velhas práticas contaminadas pela corrupção. Mas foi aí que o PT decepcionou. E o eleitor, indignado, deu o troco nas urnas.
A dúvida
A pergunta feita depois dos eleitos de ontem - até quando vai se manter o “tsunami da mudança”?
A resposta - se Moisés e Bolsonaro fizerem governos razoáveis, e não decepcionarem no que é fundamental, isso pode ser levado até a eleição de 2020.
O nome
O vereador Julio Kaminski, ainda do PSDB, foi chamado a Florianópolis, ontem à tarde, para participar da comemoração da vitória com o Comandante Moisés, o comando do PSL e os deputados eleitos do partido.
Aliados apostam que será o candidato do partido a prefeito de Criciúma.
Só depois
Comandante Moisés afirmou depois de eleito que primeiro vai tentar encaminhar na Assembleia a alteração da estrutura administrativa do governo, a fim de reduzir o número de secretarias.
Pretende anunciar integrantes de sua equipe de governo só depois.
Mas isso vai depender da transição que fará com o governador Eduardo Moreira e da relação que conseguirá estabelecer com os atuais deputados.
Os nomes
Mesmo que o Comandante Moisés não trate de secretários, alguns nomes são citados como "muito prováveis”.
O primeiro é do Sul. Vereador Lucas Esmeraldino, presidente estadual do PSL e quase senador (perdeu vaga para Jorginho Mello por 18 mil votos).
A rigor, ele poderá “escolher" o espaço a ocupar. Mas é citado para Secretaria de Saúde (ele é dentista), Planejamento e Infraestrutura.
Está disposta
A deputada federal reeleita Geovania de Sá participou da cobertura da eleição na Som Maior e admitiu assumir a presidência estadual do PSDB.
Mas ela disse que pretende discutir o assunto com os principais políticos do partido no estado. Não quer entrar numa disputa para assumir um partido rachado.
Geovania deve articular junto com Napoleão Bernardes, que foi candidato a vice-governador, para “reconstrução" do PSDB no estado.
O retorno
O governador Eduardo Moreira repetiu ontem, depois de votar em Criciúma, que vai facilitar o processo de transição no estado.
Sobre a vitória de Moisés e Bolsonaro, disse estar convencido que esse “febrão" vai passar e comparou o PSL ao PRN - “pouco tempo depois da eleição do Collor, o PRN sumiu”.
Eduardo confirmou disposição para assumir a presidência estadual do MDB. Disse que vem sendo “estimulado" para isso.
As datas de posse
Observação pertinente faz o cidadão Luiz Mariano de Souza - " Mudaram a data das eleições na Constituição de 1988 e esqueceram da posse dos eleitos.
As datas atuais de posse, mais de dois meses depois da eleição para o Executivo e quase quatro meses para o Legislativo, não se justificam, são um acinte à democracia e à nossa inteligência.
O que vão fazer até a posse os que perderam, não se reelegeram?
Depois, vai assumir o Executivo (em 1º de janeiro) e não tem Legislativo novo (que só assume em 1º de fevereiro).
Isso é imoral, pois a sociedade atestou nas urnas que não quer mais vê-los".
Na festa da vitória
Publicitário criciumense Alexandre Costa estava no grupo que participou da festa da vitória do Comandante Moisés, ontem à noite, em Florianópolis.
Primeira vice mulher
Santa Catarina terá, a partir de 1º de janeiro de 2019, uma vice-governadora. Daniela Reinehr, do Oeste catarinense. É primeira mulher a ocupar o cargo em toda história catarinense.
Fato triste
O fato lamentável neste domingo na região foi registrado em Criciúma. Uma família foi agredida quando chegava para votar, no Bairro Boa Vista. Foi um fato isolado, sim, mas não pode passar despercebido pela gravidade. Que sirva de lição para que não se repita e o respeito ao próximo sempre prevaleça.
Novo desafio
É praticamente unânime o entendimento de representantes da Justiça Eleitoral de que o grande desafio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o próximo pleito é o combate às notícias falsas. Ninguém estava esperado essa enxurrada de fake news e, principalmente, voltada contra a própria Justiça Eleitoral e o sistema de votação que utiliza as urnas eletrônicas. O fato fez com que vários juízes, promotores, desembargadores e ministros fossem à imprensa garantir a confiabilidade nas urnas.
Vitória de criciumenses
A vitória de Reinaldo Azambuja (PSDB), no Mato Grosso do Sul, significa também a vitória dos profissionais da Ápice Comunicação, agência de Criciúma, comandada pelos irmãos Lucas e Felipe Borges e que trabalham com Azambuja desde a eleição de 2014. O Instituto de Pesquisas Catarinense (IPC), também de Criciúma, atuou na eleição de Mato Grosso do Sul.