A ponte de quase r$ 1 bi que não pode ser usada

Você tem noção de quanto o governo do estado já gastou na ponte Hercilio Luz, em Florianópolis?

Lembrando, antes de fazer contas, que a ponte está interditada desde janeiro de 1982. Faz 35 anos.

Nesta semana, o presidente do Deinfra deu detalhes da próxima etapa da obra na ponte, que permitirá a transferência de 80% da carga.

Operação programada para semana que vem, dia 6, que será a parte mais sensível da obra.

Com a transferência, todo o peso da ponte deve ficar sobre uma estrutura provisória, construída embaixo da ponte, para permitir que técnicos possam trabalhar na estrutura da ponte.

Não há previsão segura para uso da ponte para tráfego de veiculos.

Mas, voltando à pregunta do início, fiz uma pesquisa rápida, recorrendo ao "senhor google".

Lá consta que em setembro de 2015, faz dois anos, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas anunciou que o estado já gastou r$ 563 milhões para reformar a ponte.

Mais de meio bilhão.

Na época, os técnicos do Ministério Público calcularam que o valor investido permitiria construir "três pontes estaiadas". Tipo aquela de Laguna.

Mais adiante, março 2016, está registrado ato para assinatura de um  contrato pelo governo do Estado no valor de R$ 262,9 milhões com uma empresa privada para conclusão da reforma da ponte. E o prazo anunciado para execução dos serviço - 30 meses. 

Já se passaram 18 meses.

Em janeiro foi assinado um aditivo de mais R$ 11 milhões e meio para uso na reforma da ponte.

Numa conta rápida, somando tudo, passa de r$ 830 milhões. É quase r$ 1 bilhão. Numa ponte que está interditada faz 35 anos e não tem previsão de reabertura ao trafego. 

Enquanto isso, para entrar hoje em Florianópolis é um sofrimento. Demora 1 hora, 1 hora e meia, 2 horas - dependendo do dia e da época.

Porque o acesso da BR 101 é antigo, não dá conta da demanda, e tudo vai para uma ponte. Só uma. Tranca tudo.

É coerente isso? Está certo?