Campanha eleitoral recente na região, candidato derrotado saiu atolado em dívidas.
Mas, tão endividado que acabou “colocando a mão” na poupança do filho pequeno.
A mulher, quando descobriu, ficou indignada e chutou o balde.
Ameaçou colocar a “mala na área”. A barra pesou.
O candidato não tinha dinheiro para nada.
Não havia feito reserva financeira para o básico.
Não se fala nem em credores de campanha.
Bateu o desespero.
Um dia, ele levantou, nem tomou café da manhã e saiu porta afora.
Estava decidido a só voltar para casa com dinheiro no bolso.
Não aguentava mais aquela situação.
Chamou um dos principais coordenadores da sua campanha para conversar.
Que é “cacique político” do seu partido. Liderança consolidada.
Marcaram para comer pastel, no bar de um amigo.
Mal sentaram, e o candidato, agoniado, nem fez rodeio. Foi direto ao ponto.
. “Companheiro, preciso de r$ 1 mil emprestado. E tem que ser já. Não dá mais para segurar”, apelou.
. “Não dá, parceiro. Não tenho mesmo. Tá ruim pra mim também. Mas, vamos resolver”, devolveu o amigo.
Conversa do tipo não é coisa rara depois de campanha eleitoral.
Candidato sair com caixa zerado, e devendo na praça, é da normalidade.
Principalmente porque projeta 20 para gastar, arracada 10, e gasta 40.
Quando ganha a eleição, as coisas ainda se resolvem.
Amigos aparecem, e muitos novos amigos, todos dispostos a ajudar a pagar a conta.
Mas, quando perde, a conversa muda.
O buraco é mais embaixo.
O candidato derrotado passa a ser torturado pela solidão.
Ninguém atende, seu telefone não toca, e não passa uma viva alma na frente da sua casa.
Não aparece ninguém nem para comentar sobre o jogo de ontem.
Até o cachorro faz "olhar de paisagem".
Ainda mais quando o candidato perde feio, de goleada. E perde de teimoso. Como foi o caso.
Todo mundo avisou que era fria. Mas, ele insistiu. E deu com os burros n’agua.
Sentados do bar, depois de cada um “baixar" o seu pastel de carne, o politico "cacique" ligou para um empresário amigo em comum.
. “Preciso da tua ajuda para acertar contas da campanha, r$ 2 mil emprestados”, investiu.
Já aproveitou para pedir os r$ 1 mil do candidato, e mais r$ 1 mil para ele.
E deu certo.
O empresário marcou local para entregar o dinheiro.
Combinaram que o candidato iria buscar.
Passou mais de 1 hora, e o candidato não deu sinal.
O celular, desligado.
E passou mais 1 hora, e mais 1 hora.
O “cacique" passou a deixar mensagens da caixa postal do celular do candidato.
“alô, cadê o meu Mil? Entrega o meu Mil”.
E até hoje, continua esperando!
Mas, o pior é que os amigos próximos não resistem quando ele se aproxima:
“alô, cadê o meu Mil?”
Em tempo, os fatos aconteceram em eleição recente, em cidade próxima, e os “atores” estão por ai.