Todos os dias, nas suas coletivas on line para atualizar informações sobre a luta contra o coronavírus, o governador Carlos Moisés tem elogiado e agradecido o trabalho da imprensa catarinense, que diz considerar fundamental para o sucesso da operação.
Mas, falando hoje para grandes empresários do país, numa videoconferência, ele criticou a imprensa catarinense e pediu que os empresários pressionem os veiculos locais, usando da condição de anunciantes.
A video-conferência foi organizada pelo LIDE, um grupo de empresários importantes do país organizado pelo governador João Dória, quando ainda não tinha entrado para a política.
Moisés estava tentando se explicar, e se defender, das denúncias no caso dos respiradores, quando resolveu atacar a imprensa.
Trecho do que ele disse:
"Liberdade de imprensa é uma coisa e o que estão fazendo hoje aqui em Santa Catarina é outra. E os senhores podem me ajudar muito, fica meu apelo. Em todos esses veículos de comunicação os senhores têm propaganda, comerciais, vendem seus produtos".
Lamentável!
A propósito, a semana foi muito ruim para a imprensa, com ataques e ameaças.
Primeiro, foi o Presidente Bolsonaro que, aos berros, mandou os jornalistas se calarem. "Cala a boca", proclamou. E repetiu mais duas vezes.
Depois, o prefeito Salvaro dobrou o jornal Tribuna de Notícias, jogou na lata do lixo, e chutou.
Isso é retrocesso.
Imprensa livre é base da democracia e regra básica em países modernos.
Cerceamento ao trabalho da imprensa só interessa à quem não quer transparência, nem apuração de denúncias, ou revelação de irregularidades e ilícitos.
O que teria sido da Lava Jato, por exemplo, nem a cobertura intensa da imprensa?
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