O Presidente Bolsonaro, fiel ao seu estilo, foi para a briga com o ex-Ministro Moro.
Mas, para contornar a crise, ele precisava levar Moro à lona. E não conseguiu.
Tentou colar a marca de vaidoso, ego inflado, incompentente e oportunista.
O problema é que Moro tem muito prestígio pelo país afora. Muito crédito. É difícil pegar alguma coisa nele.
Tem que ser grave, muito grave, e com prova inquestionánel/incontestável.
Enquanto Bolsonaro dizia que Moro queria negociar a troca do diretor da Polícia Federal pela sua nomeação para o STF, o próprio ex-Ministro desmentia no twitter. E os seus assessores vazavam que ele tem conversas gravadas com o Presidente.
Ao mesmo tempo, o Procurador Geral da República, Augusto Aras, nomeado por Bolsonaro, protocolava no STF pedido de abertura de inquérito para investigar as denúncias de Moro contra o Presidente, especialmente a interferência na Policia Federal, relacionando a possibilidade de vários crimes que podem ter sido praticados, como corrupção, prevaricação e falsidade ideológica.
A definição mais de acordo é que a declaração de Moro tem peso de uma "delação premiada".
Por sua vez, o Presidente, quando tentou se defender da acusação de tentar interferir na Polícia Federal, afirmou:
"Eu quero alí (na direção da PF) um delegado que eu possa interagir com ele, eu quero um relatório 24h das ações da polícia federal, para decidir o que fazer".
Emenda pior que soneto.
O Presidente, enfim, até alimentou os seus defensores para a guerrilha nas redes sociais.
Mas, passou longe de contornar a crise.