Na última hora, minutos antes da sessão de ontem, a informação que pegou a todos de surpresa - a vereadora Camila do Nascimento, PSD, foi levada para atendimento no hospital da Unimed.
A sua assessoria informou apenas que ela “se sentiu mal”. O seu pai, ex-vereador Edinho do Sindicato, falou em problema cardíaco. Camila tem 34 anos e faz academia praticamente todos os dias. Depois das 22h, ela informou que teve “crise de ansiedade”.
Durante a tarde, o vereador Aldinei Potelecki, PRB, chamava a atenção porque dava sinais de “mudança de posição”. O que se materializou mais tarde.
Foram os movimentos que definiram a derrota do projeto do vereador Ademir Honorato, PMDB, que pretendia exigir renúncia do vereador para assumir secretaria na prefeitura.
Na semana passada, Camila e Potelecki haviam feito discursos contundentes a favor do projeto. Coube a Camila, inclusive, anunciar decisão da sua bancada de fechamento de questão.
Desta vez, Camila não estava na sessão e Potelecki votou contra. Mas, sem discurso. Nem para justificar a mudança.
Sem os dois votos, e mesmo com o voto do vereador Tita Beloli, PMDB, que não estava na sessão passada, o projeto só teve 10 votos a favor. Precisa de 12, por se tratar de emenda à lei orgânica.
A segunda feira foi intensa pelas articulações em torno do assunto. Os operadores do Paço municipal e o próprio prefeito Clesio Salvaro trabalharam muito para que o projeto fosse derrotado.
Não adiantou a bancada do PMDB fechar questão, durante reunião no fim da tarde, nem a bancada do PP, ao meio dia.
Quando esgotaram as conversações no âmbito local, os políticos do Paço recorreram a lideranças estaduais, que acabaram agindo para dar o resultado que deu.
O vereador Ademir Honorato sai com vitoria política do processo, porque deu uma “canseira” no Paço e colocou o prefeito Salvaro muito próximo de uma derrota política importante.
De outro lado, a câmara de vereadores sai enfraquecida, na medida em que ficou evidente a influência direta do Paço nas suas decisões.