Ontem, numa unidade de saúde da região da Próspera, em Criciúma, uma festinha de despedida. A médica da unidade estava saindo. Saiu, pediu demissão, porque vai trabalhar em Içara. E vai pra Içara porque o salário é melhor.
Quando ela comunicou, sugeriram que ela ficasse, fizesse algumas horas extras, e aí ganharia mais. E a resposta, óbvia: Mas se fizer hora extra lá, onde o salário é maior, vai ganhar mais ainda.
E não se trata de caso isolado. Outros médicos tem feito isso. Deixam a rede pública de Criciúma e vão para municípios da região porque o salario é melhor. Ou medicos concursados, chamados, que nao assumem, pelas mesmas razões.
E por isso, Criciúma tem falta de médicos em vários postos. Principalmente pediatras.
Mas, como pode Criciúma pagar salário menor que Içara, Forquilhinha, Treviso, Cocal do Sul e todos, ou praticamente todos, municípios da região?
O que adianta manter salário menor que todos e não atender uma das necessidades básicas do cidadão pagador de impostos, que é atendimento em saúde, que passa por médicos nos pontos e unidades?
Explicação tem. Mas, o que é importante é que falta médico.
Ouvimos que esse salário pago ao médico é porque Criciúma é gestão plena. E aí o governo federal define o salário. Mas o governo federal não proíbe que o município pague mais. Não proíbe que o municipio complemente o salário do médico.
Tem como fazer. É só buscar informações de outros municípios que sao gestão plena em saúde. Todos, ou quase todos, pagam salário maior aos médicos.
Não tem cabimento estar perdendo médicos, e não contratar médicos, estar com falta de médicos na rede pública, nos postos e nas unidades, porque paga pra médico salário menor que Içara, Cocal, Forqulhinha, Araranguá, Nova Veneza, e todos, ou quase todos os municípios da região.
Ontem, mais uma médica deixou a rede pública de Criciúma, pediu demissão no posto onde trabalhava, e foi trabalhar em Içara, simplesmente porque o salário é melhor.
Em Florianópolis, depois que morreu uma criança na fila esperando atendimento, o governo do estado anunciou contratação de médicos e abertura de novos leitos.
Que não seja preciso acontecer uma tragédia semelhante em Criciúma para que sejam tomadas providências efetivas para resolver o problema.
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