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Depois de decisão do STF, afastamento de Moisés pode ser votado em 20 dias

Por Adelor Lessa 14/08/2020 - 19:10 Atualizado em 14/08/2020 - 19:23

O governador Carlos Moisés e seus aliados foram surpreendidos pela decisão do STF, hoje à tarde.
Poucos minutos antes, o governador participou de reunião com dirigentes e candidatos do PSL na região carbonífera, quando foi dito e repetido por vários oradores que o "impeachment morreu”.

O Governador já estava no ato de assinatura de convênios para implantação da Rodovia dos Trilhos, em Içara, quando o ministro Luis Roberto Barroso,do STF, decidiu cancelar os efeitos da liminar concedida pelo desembargador Luiz Cezar de Medeiros, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, suspendendo a tramitação do pedido de impeachment.

A decisão do STF foi uma derrota política do Governador e seu esquema político.
Vai atrapalhar muito nas negociações que estão em andamento com partidos e políticos para tentar evitar a aprovação do afastamento do Governador para instalação do tribunal que vai julgar o impeachment.

Com a retomada do processo que ameaça o governador Carlos Moisés da Silva, a vice Daniela Reinehr e o secretário de administração, Jorge Tasca, restam praticamente 20 dias para decisão na Assembléia sobre o afastamento.

A regra estabelece o prazo de 10 sessões para que o Governador, a vice e o secretário apresentem suas razões. Como já haviam acontecido três sessões desde que o processo foi iniciado, e antes da suspensão, restam a partir de agora sete sessões, a contar a partir de terça-feira.

Enquanto isso, será montada a comissão de nove deputados (respeitada a proporcionalidade das bancadas), que vai receber as manifestações e encaminhar para votação em plenário o afastamento, ou não.

A decisão do ministro Luiz Roberto Barroso consagrou o rito definido pela Assembléia para o processo de impeachment.

Para se salvar, o governador Moisés precisa que 14 deputados (pelo menos) não votem pelo seu afastamento.
Na cerimônia de hoje à tarde, em Içara, estavam três deputados estaduais. José Milton Scheffer, PP, e Rodrigo Minotto, PDT, dos mais alinhados com Moisés, e Volnei Weber, MDB.  
A deputada Ada de Luca, MDB, participou por video conferência.
Mas, a bancada do MDB, com nove deputados, a maior da Assembléia, decidiu que vai votar em bloco. Ou seja, a posição da maioria vai decidir o rumo dos nove votos.
Em princípio, a tendência da maioria do MDB é pelo afastamento e pelo impeachment.

A operação de salvamento, então, terá que passar pela  reversão da situação no MDB. Porque se o MDB votar em bloco contra Moisés, vai ser difícil, muito difícil, tirar a vaca do brejo!

 

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