O deputado Valdir Cobalchini, MDB, acaba de garantir ao portal:
"A minha decisão sobre o processo de impeachment do governador Carlos Moisés não será individual. Será decisão coletiva. Vou seguir a posição assumida pela maioria da nossa bancada".
Disse ainda que o deputado Moacir Sopelsa deve seguir na mesma linha.
Sendo assim, a situação do Governador fica mais delicada. Na prática, por um voto.
Sopelsa e Cobalchini estavam na lista dos 16 votos que o Governador teria hoje para barrar a abertura do processo de impeachment.
Foram incluídos na lista pelas posições que vem assumindo na Assembléia, normalmente em sintonia com o Governo.
Sem os dois, o Governador teria apenas os 14 votos necessários para barrar o processo. Nenhum voto "de folga".
Mas, nos 14 são considerados os votos dos quatro deputados do PT, e o deputado Fabiano Luz, líder do PT, disse a pouco ao portal que a bancada ainda não tem posição a respeito, e só vai se decidir depois de avaliar o que for apurado e apresentado nos próximos dias pela CPI instalada na Assembléia e pela força tarefa formada por Ministério Público, Polícia Civil e Tribunal de Contas .
O pedido de abertura de processo de impeachment será protocolado amanhã pelo deputado Mauricio Eskudlerk, PL, que foi lider do governo até janeiro deste ano.
Pelo regimento interno na Assembléia, o pedido terá que ter 27 votos a favor (do total de 40 deputados) para ser aceito e iniciado o processo de impeachment.
Entre os votos que o Governador teria hoje a seu favor, contra a abertura de processo, estão dois deputados do sul - José Milton Scheffer, PP, e Rodrigo Minotto, PDT.
A base de Moisés diminuiu muito na Assembléia neste ano. No fim de 2019, eram 24 deputados aliados.
De lá para cá, quase todo o MDB saiu fora, a maioria do PSL rompeu e passou a ser adversário ferrenho, e outras perdas foram contabilizadas.
Hoje, Moisés teria a seu favor, fechados, contra o impeachment:
Deputados Vicente Caropreso, José Milton Scheffer, Altair Slva, Jair Miotto, Sergio Motta, Coronel Mocelin, Ricardo Alba, Nazareno Martins, Paulinha e Rodrigo Minotto.
A partir de agora vai depender muito dos desdobramentos da crise dos respiradores e os movimentos que o Governador venha a fazer para garantir os 14 votos necessários.
Um dado que pesa a favor de Moisés é a vice, Daniela Reinert, rompida com ele desde o final de 2019.
Ainda pouco conhecida, e muito reservada, é dito nos bastidores que ela não passa segurança.