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Deputados podem dar razão a Moisés!

Por Adelor Lessa 04/08/2020 - 08:11 Atualizado em 04/08/2020 - 11:06

O Governo Moisés assumiu se anunciando portador da nova política.
Montou um governo sem deputados, e sem políticos.
Recrutou técnicos, pessoas da campanha, oficiais da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Exército.
E se fechou em Palácio.

E se fez arredio às audiências e reuniões.
Passou a ter relações restritas com os outros poderes e entidades do setor produtivo.
Nao recebia deputados, nem prefeitos.
Dizia que políticos queriam conversas não republicanas. Do tipo 'toma lá, dá cá'.

Os tempos passaram e o isolamento do governador Moisés lhe rendeu um processo de impeachment
Mas não exatamente pelo isolamento.

É que o governo ficou marcado por graves problemas, desvios, atos ilícitos e denúncias de superfaturamento.
Fato maior foi aquele pagamento de R$ 33 milhões, adiantado, por equipamentos que não foram entregues.
O governo virou um queijo suíço.
E quando foi procurar apoio político para se segurar, estava sozinho.

Agora, há praticamente 20 dias da votação do seu afastamento do cargo, o governador sai do palácio e passa a correr o estado, com deputados ao lado, distribuindo verbas, assinando convênios e anunciando obras.

A rigor, verbas que são emendas parlamentares, emendas impositivas, aprovadas pelos na Assembléia Legislativa e que já constam no orçamento. É obrigação do governo liberar.

E isso acontece no momento em que o governo está sem caixa. Sem receita para pagar a folha dos servidores.

Foi o próprio governo quem disse isso em reunião de comissão da Assembleia Legislativa, ontem.
Frase do secretário Paulo Eli, da Fazenda, porta voz do governo na reunião:

"Não fosse o repasse do governo federal, não teria dinheiro para o governo do estado fazer o pagamento da folha salarial dos servidores”

Mas, para a operação salvamento, cofre aberto.
E o Governo Moisés se dispõe a fazer o jogo mais surrado da mais velha das práticas políticas.

E ficou uma situação estranha.

Porque ao mesmo tempo em que Moises engole o discurso, os deputados, e políticos tradicionais, podem carimbar o que ele dizia lá no início. Do 'toma lá, dá cá'.

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