Em condições normais, o velório de Pedro Aujor seria marcado por muitas homenagens.
Milhares de pessoas teriam ido se despedir.
Mas, por causa da covid 19, os atos foram restritos aos familiares.
Tivemos que nos despedir de longe. Rezando por ele.
Hoje ainda me perguntaram quem era o amigo que estava muito mal, correndo risco, que fez me emocionar no ar, na Som Maior, na quinta-feira. Era o Pedro.
Chorei naquele dia, pela iminência de perdê-lo. E hoje, quando aconteceu o que temíamos.
Tratava-se de um grande cidadão, antes d etudo.
Ele era daquele time dos "imprescindíveis".
Um intelectual, mas sem qualquer necessidade de mostrar tudo o que sabe. Homem simples. Inclusive nos hábitos e práticas.
Adorava música. Tinha um grupo de amigos que se reunia de vez em quando para tocar, falar de musica, e rir.
Pedro era um cidadão fraterno, espirituoso, e muito bem humorado.
Como juiz, era um craque.
As suas sentença eram verdadeiros libelos.
Era corajoso, ousado, firme. Contundente, quando preciso.
Era pelo que tinha que ser, independente das reações possíveis.
Não tinha medo de cara feia, nem mudava de postura diante de poderosos.
Diante de reuniões tensas, barulhentas, ele colocava ordem na casa. E ditava o ritmo.
Eu o vi dando bronca, reprimenda, em autoridades durante reuniões.
Grande Pedro.
Foi muito bom conviver com ele.
Ele se foi muito cedo. Ainda tinha a fazer para fazer o mundo melhor.
Mas, muito obrigado por tudo.