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Eleição 2022, Clésio e o cavalo

Artigo publicado no Toda Sexta

Por Adelor Lessa 11/10/2021 - 15:41 Atualizado em 11/10/2021 - 15:42

No outubro de 2022, um ano adiante, estaremos na “entressafra”. Entre primeiro e segundo turno da eleição.
Deputados estaduais e federais e senadores, já estarão eleitos. Presidente e Governador pode haver segundo turno, ou não.

A eleição de 2022 terá em diferencial em relação a de 2020. Sem pandemia. Com possibilidade de campanha nas ruas nos padrões normais, com mobilização e aglomero.

Terá um diferencial em relação a de 2018. Não será uma eleição de “onda”. Ou de “um número”.

Presidente Bolsonaro e Governador Moisés, eleitos juntos em 2018, hoje separados, vão para as disputas em busca de aprovação dos seus governos.
Para os dois, não bastará apenas o discurso, a tese, a bandeira, ou a definição de inimigos.
Eles serão avaliados, e julgados, pelo que fizeram nos seus mandatos. Se fizeram o país e o estado melhores do que antes.

A economia será o principal fator motivador da eleição.
Se a economia estiver bem, vira “cabo eleitoral” do Presidente, em especial, mas também ajuda o Governador.

Mas, a economia, se não estiver bem, apresentando bons indicadores, com juros sob controle e inflação no pé, vai virar cabo eleitoral da oposição.

Bolsonaro só precisa definir um partido para disputar a reeleição. Mas, é candidatíssimo.

Moisés precisa definir um partido e um arco de alianças que lhe ofereça apoio para a campanha, e respaldo político para concluir bem o mandato.

No país, o jogo já está polarizado entre Lula e Bolsonaro, direita conservadora e esquerda mais contundente.
Mas, os dois fazem movimentos ao centro. Querem atrair partidos e políticos que não são “das pontas”.

Quem não quer a volta do Lula, nem a continuidade de Bolsonaro, sonha com a “terceira via”. Mas, a cada dia fica mais difícil.
Luciano Huck foi e voltou. Preferiu o lugar do Faustão na Globo.
Luiza Trajano, do Magalu, foi procurada, assediada, tentada, mas não pegou.
Sérgio Moro, tem contra si o ódio de bolsonaristas e lulistas, e sai com rejeição lá em cima.
Mandeta e Amoedo não levantaram voo.
Ciro, não se firma como terceira via. Disputa o espaço da esquerda, que é de Lula.
Tem João Dória e Eduardo Leite. São os que tem maior possibilidade. Embora seja “minúscula”.

Dória e Leite vão disputar as prévias no PSDB.
Leite parece estar com discurso mais parecido com o que é necessário para firmar uma terceira via.
Mas, é de um estado pequeno, no fim do país, não tem entrada na Fiesp, no grande empresariado e no norte/nordeste.

Como já estamos em outubro, quebrar a polarização entre as pontas, se mostra cada vez mais improvável.

No estado, o quadro é bem diferente.
Moisés não passa de 15% em nenhuma pesquisa. Muito pouco para quem está governando, com a "máquina" na mão e exposição intensa com o seu “show do milhão” (distribuição de recursos por toda Santa Catarina).

Raimundo Colombo é o adversário mais declarado e contundente de Moisés. Bate forte no discurso.

Jorginho Mello também é oposição, mas tem postura de “uma no cravo, outra na ferradura”.
Provavelmente já pensando em segundo turno.

Esperidião Amin dá todos os sinais que só espera a definição de Bolsonaro. Se o Presidente filiar no PP, ele colocará o pé na estrada em campanha para governador no mesmo dia.
Se Bolsonaro escolher outro partido, Amin deve levar o PP para apoiar Colombo ou Jorginho, ou estimular um outro candidato do partido a governador. Talvez, Jorge Boeira, ex-deputado da região.

A mostrar que, mesmo com muita água a passar por debaixo da ponte, o quadro para a eleição nacional se mostra mais previsível.
Para o estado, está confuso ainda.

O sul do estado, que no começo das conversas tinha Clésio Salvaro no páreo, um candidato em condições de fazer “capote" na região, hoje só tem Boeira como possibilidade de chapa majoritária (governador ou vice).

Clésio tem dados todos os sinais que prefere completar o mandato de prefeito. Tem dito aos aliados que vai trabalhar para eleger o sucessor em 2024 e depois correr o estado como candidato a governador, se projetando para 2026.
É uma aposta. Sem nenhuma garantia de sucesso.

Hoje, o “cavalo está encilhado", passando na sua frente, e de forma insistente pedindo para ele montar.

Mas, não tem nenhuma garantia que daqui quatro anos o cavalo continuará ali, encilhado, esperando por ele.

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