Quem não se convenceu que a eleição de outubro foi muito além de eleger novos agentes políticos, não entendeu o que aconteceu.
Porque a eleição trouxe um grito das ruas contra o jeito surrado de fazer política e gestão pública. O eleitor/cidadão determinou mudanças.
Não dá mais para colocar panos quentes e circular em torno dos reais problemas. É preciso fazer cortes profundos e rever práticas que não tem mais espaço.
O momento exige gestão pública enxuta e moderna, otimização dos gastos, eliminação de benefícios e privilégios.
Os políticos que não entenderem o recado, correm o risco de atropelamento.
Em Chapecó há um movimento interessante.
Por algumas circunstâncias políticas locais, foi levado ao prefeito Luciano Bulligon um documento com 10 propostas. A maioria, de impacto e intensa repercussão (se forem adotadas).
O documento foi entregue pelo PSD, partido aliado de Bulligon, que hoje está sem partido.
Primeira medida proposta - alteração da lei orgânica para redução do número de vereadores e do percentual de repasse da receita do Município para a Câmara.
Na sequência, pede redução do número de secretarias, de cargos em comissão, fim do pagamento de verba de representação para cargos em comissão e do pagamento de diárias, e revisão das funções gratificadas.
Também faz parte do documento a revisão do contrato de concessão água e esgoto com a Casan.
Tudo isso, se aplicado, vai garantir mais recursos nos cofres públicos, para que obras e ações possam ser executadas, atendendo os interesses da população.
São medidas do tipo que o eleitor está cobrando (e esperando).
Não adianta mais tapar o sol com peneira. O momento é delicado e requer ações firmes.
Criciúma tem espaço para discutir todas as medidas propostas para Chapecó.
Clésio vai dar alvará
O prefeito Clésio Salvaro comunicou, ontem à noite, aos representantes da comunidade que mora na região do CASE, que vai conceder alvará de funcionamento assim que for noticiado.
Disse que não tem como não cumprir uma decisão do Tribunal de Justiça. Mas, que vai recorrer.
É o que lhe cabe.
Ele havia tomando uma decisão política, ao não liberar o alvará enquanto o Governo do Estado não cumprisse com o compromisso das medidas compensatórias. Mas, sabia que não tinha amparo legal. Assim que o judiciário fosse acionado, terei que conceder. E foi o que aconteceu.
O Governo do Estado deveria ter pelo menos tentado renegociar com a comunidade as medidas compensatórias, talvez por mais prazos.
Preferiu, no entanto, virar as costas, ignorar a movimentação da comunidade e levar o assunto ao judiciário.
Minotto na disputa
O deputado estadual reeleito Rodrigo Minotto (PDT) está fazendo conversas com vários partidos sobre a possibilidade de disputar a Prefeitura de Forquilhinha.
Já recebeu manifestações de apoio de políticos do PSDB e sinalizações de outros partidos.
Dos médicos cubanos
Em Içara, teve maior repercussão (e desdobramento) a volta para casa dos médicos cubanos.
O modelo que prevaleceu no acordo entre os países era realmente questionável. Mas, isso é assunto encerrado.
A discutir agora é a substituição dos médicos cubanos. Porque eles tiraram o lugar de médicos brasileiros.
Eles foram, via de regra, para onde médicos brasileiros não vão.
Cabe ao governo brasileiro criar programas para garantir a ida de médicos brasileiros às cidades onde estavam os cubanos. Principalmente onde não é bom lugar para ganhar dinheiro.
Na pauta
Está na pauta de hoje no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o processo contra a vereadora do MDB de Criciúma Angela Mello. O PP solicita o cargo ocupado por Angela desde que o mesmo TRE entendeu pela perda de mandato de Daniel Freitas (PSL) em processo também movido pelo PP. Tudo iniciou em abril deste ano quando Daniel deixou o PP para ingressar no PSL, por onde foi eleito deputado federal em outubro. Em julho, poucos dias antes de a Câmara ser notificada da decisão do TRE, Daniel optou pela renúncia. Angela, que se elegeu pelo PP e depois migrou para o MDB, assumiu o cargo e os progressistas ingressaram com nova ação na Justiça Eleitoral. O PP entende que a vaga é do suplente Edson do Nascimento, o Paiol.
Oficialização
Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), encaminhou para a Câmara de Vereadores projeto de lei para que Criciúma possa tanto receber quanto repassar verbas complementares ao Fundeb. A proposta, que terá que ser avaliada pelos vereadores, é uma complementação ao acordo firmado com Içara para que alunos do município vizinho possam seguir o próximo ano letivo em escolas de Criciúma. Por ora, falta o prefeito de Forquilhinha, Dimas Kammer (PP), atender a solicitação de pais para que alunos da cidade sigam em escolas de Criciúma. O impasse começou depois que a Secretaria de Educação de Criciúma anunciou que não aceitaria rematrículas de alunos de outros municípios. Após manifestações contrárias, uma reunião entre os prefeitos chegou ao acordo com Içara. Prefeito Murialdo Gastaldon (MDB) afirmou que repassará o recurso para complementar o Fundeb.