Trabalhei com um repórter fotográfico, Ezequiel Passos, o melhor de todos, que de vez em quando batia no peito e sentenciava:“as minhas fotos falam mais que qualquer texto, elas contam tudo”. Via de regra, ele estava certo, porque suas fotos “falavam”. Ele era um craque.
Mas, não tenho dúvida nenhuma que nem as fotos do Zeca conseguiriam retratar o que se vê nos canyons Itaimbezinho e Fortaleza. Estive lá no fim de semana e a minha reação foi de um “turista”. Meu Deus, o que é isso?!
Mesmo que seja a décima vez, qualquer um se impressiona e perde o fôlego diante de tudo aquilo. Altura, largura, "desenhos" nos rochedos, vegetação, cachoeiras, rios. Obras da natureza, dentro do território catarinense.
Os gaúchos afirmam que os canyons são deles. Na real, só a parte de cima, até a borda. Os canyons mesmo, os dois principais, ficam em território catarinense. Itaimbezinho é Praia Grande, Fortaleza é Jacinto Machado. Mas, é fato que a melhor visão de tudo é por cima, pelo lado do Rio Grande. Então, é tudo junto, e dos dois estados.
A ser questionado, a falta de infraestrutura básica, ainda. Com estradas de acesso pavimentadas, pelo menos, os dois canyons estariam entre as principais atrações do planeta. E o Brasil e o mundo precisam conhecer tudo aquilo. E visitar.
A serra do faxinal, acesso ao Itaimbezinho, hoje ainda falta pavimentar a metade. Faz praticamente cinco anos que parou a obra, e não recomeçou mais.
Aquilo não pode ficar assim. É um desperdício. É tratar mal uma riqueza da região. Que, quando tratada adequadamente, vai permitir geração de receita e renda, de forma sustentável. O sul deve “assumir" os seus canyons e reforçar os movimentos por melhor infraestrutura.