Poucas horas antes de ser instalada a CPI na Assembléia que vai investigar irregularidades na compra de respiradores, com pagamento adiantado de R$ 33 milhões, a entrevista da superintendente de gestão da Secretaria de Saúde que foi demitida logo que o assunto veio a público faz aumentar o clima de tensão nos bastidores do Governo.
A entrevista está sendo tratada agora à tarde na Assembléia como uma "segunda bomba".
A entrevista foi dada para a NDTV, com exclusividade, no programa Balanço Geral, ao meio dia.
A servidora Márcia Regina Geremias Pauli afirmou que o ex-secretário, Helton Zeferino, sabia da compra superfaturada de respiradores.
Ela garantiu ainda que a compra da empresa do Rio de Janeiro foi definida pelo secretário da Casa Civil, Douglas Borba.
Mais adiante, ela revelou dificuldades e fragilidades no processo de compras do Estado, e repetiu que houve pressão para que fosse finalizada a compra com o fornecedor fluminense, a empresa Veigamed, e disse que além da empresa carioca, havia empresas catarinenses interessadas em fazer a operação, oferecendo os mesmos equipamentos.
Márcia tem 14 anos de carreira na secretaria de saude.
Ela disse que foi injustiçada e "usada como objeto" para dar a resposta naquele momento, quando o Governo queria apontar um culpado.
O portal ND Mais, do grupo ND, em reportagem sobre a entrevista, registrou que, segundo ela, comissionados chegavam na Secretaria dizendo que haviam falado com o governador e estipulavam prazo para a finalização de compras. E acrescentou:
“Eu penso que seja difícil que o governador não tivesse sabendo de uma compra assim”, falou ela sobre Carlos Moisés (PSL).
Reportagem destaca ainda que ela afirmou que o ex-secretário mentiu ao dizer que não sabia e também que não sabe dizer se alguém ganhou, de forma espúria, nessa história.
Abaixo, o audio na integra da entrevista da funcionária demitida, que deve pautar as dicussões na reunião de instalação da CPI, daqui a pouco na Assembléia.