Em tempo de coronavírus, é preciso continuar ligado e seguir as regras.
É preciso também abrir a boca para alardear que o recursos anunciados para socorro às empresas ainda não estão chegando.
Pelo menos para as micro e pequenas empresas.
O comércio, por exemplo, voltou "pelado". Sem caixa, sem proteção, sem respiro.
Os relatos ouvidos são dramáticos.
A Fampesc (federação de associações de micro e pequenas empresas) está falando em 130 mil negócios já fechados.
Os recursos de financiamento prometidos por Badesc, BRDE e BNDES não chegam na base. Ou, quando chegam, são insuficientes e não atendem as necessidades.
Ou, as exigências são absurdas, considerando a realidade. Seriam adequadas em condição normal de temperatura e pressão. Hoje, impossíveis de atender para quem ficou sufocado/argolado pela crise que não estava no radar.
E além de tudo isso, em tempo de coronavírus, ainda aparece para incomodar um hospital de campanha em Itajaí, encaminhado pelo Governo do estado.
São quase r$ 80 milhões, que podem chegar a r$ 130 milhões (conforme projeção feita pelo jornalista Marcelo Lula, depois de ler o contrato).
É feita a comparação com Goiás, onde hospital semelhante vai custar r$ 10 milhões.
Mesmo que seja diferente, que aqui tenha mais isso ou aquilo, a distância entre os valores é muito grande.
Como o governo não tem sido eficiente na explicação, fica aberto espaço para suspeitas, especulações, e ilações.
O Ministério Público já anuncou hoje que passa a tratar do assunto.
Não poderia ter nada disso num momento tão delicado, quando falta dinheiro para o combate ao coronavírus (que representa salvar vidas).
Pode apenas estar mal explicado. Até porque, o atual Governo nao é expert em se comunicar.
Mas, se for o caso, que o Governo venha a público e esclareça, de forma clara e objetiva.
Com dados e números, de forma didática, sem meias palavras, tim tim por tim tim, ponto a ponto.
Ontem, o secretário Helton Zeferino, da saúde, falou aos deputados estaduais. Mas, não convenceu. Pelo menos, não convenceu a maioria.
Ficaram muitas pontas soltas. Tanto é que ele vai ter voltar hoje a se explicar aos deputados, agora junto com os chefes da Casa Civil e da Defesa Civil.
O momento que vivemos requer mais do que nunca transparência na gestão publica.
Além de ser sério nos atos, e nas ações, tem que mostrar que é.
A crise do coronavirus está deixando todo mundo angustiado, com os nervos a flor da pele.
Todo mundo está de olho no caixa, ou na conta bancária, porque não está faturando.
Mais do que nunca, não pode agora ficar dúvida alguma sobre aplicação de dinheiro público.
Está colocada uma missão emergencial para o Governo Moisés. Esclarecer, sem deixar duvida alguma, o caso do hospital de campanha de Itajaí.
Ou, se for o melhor a fazer, que anule o processo que está em curso, e comece tudo de novo.