Começou o horário eleitoral.
Horário eleitoral obrigatório, imposto.
Que arrebenta a programação de toda emissora de rádio.
Considere que, a partir de hoje, as emissoras terão que veicular nos blocos comerciais todos os seus clientes, cumprindo contratos já firmados, e incluir mais 140 spots de 30 segundos dos candidatos.
140 spots de 30 segundos em horários determinados.
Para ter ideia, quem trabalha na Opec, que monta a programação, tem uma apostila de 73 páginas que deve seguir diariamente propagando os spots na sequência exata.
Além de tudo isso, tem mais os programas de 25 minutos pela manhã, e 25 minutos meio-dia.
É demais.
Não tem quem aguente.
A partir de hoje, vamos ter mais músicas nas rádios dos carros, de casa e dos escritórios, dos ambientes.
As emissoras de rádio perdem audiência.
E porque vai reduzir o tempo para programação de conteúdo e aumentar os intervalos comerciais.
O problema não é ser gratuito ou horário político.
O problema é ser imposto, é ser abusivo, demasiado.
140 spots de segundos, e mais dois programas de 25 minutos, é exagerado.
É um estupro nas emissoras de radio.
Isso é antigo, velho, autoritário.
Não acontece assim nos países modernos.
Isso é resquício da legislação eleitoral dos tempos do regime militar.
É preciso atualizar isso, trazer aos tempos de hoje, acabar com essa contaminação da programação das emissoras.
Mas, enquanto isso, que pelo menos os candidatos usem bem o espaço.
Sejam objetivos, competentes, e entrem na sintonia do cidadão pagador de impostos.
Falem sobre o que ele quer ouvir.
Assumam compromissos com projetos e ações para melhorar a condição de vida das pessoas.
Ouça o editorial completo: