Década de 80, em Araranguá, a oposição ganhou a eleição e assumiu a prefeitura.
Foi uma eleição acirrada, quente, decidida por poucos votos.
Na primeira semana depois da posse do novo prefeito, alguns trabalhadores estavam lavando as escadarias e as paredes da sede da prefeitura, quando um gaiato passando do outro lado da rua, gritou:
"ei, ei, não adianta"
Como não deram atenção, ele insistiu ..
"ei, não adianta".
Até que os trabalhadores resolveram perguntar:
"como é que é ? como assim, não adianta ?"
E ele lascou:
"é que a sujeira mesmo está por dentro".
Pois, lembrei disso quando recebi de novo por mensagem um documento pedindo assinatura para apoiar o pedido de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Não que o ministro não mereça!
Mas, não adianta!
Porque não resolve. O problema está por dentro.
Está na forma de definir ministro do Supremo e de outros tribunais superiores.
Enquanto eles forem definidos por escolha e nomeação do Presidente da República, sempre serão escolhas políticas, seja quem for, e os nomeados ficarão sempre carimbados. E "devendo" a nomeação.
A mais alta corte do judiciário deve ter, por óbvio, os maiores magistrados do país.
As maiores autoridades do judiciario. As melhores cabeças, o mais bem preparados e mais completos.
Para isso, ministro de tribunal superior deve ser definido por carreira ou concurso.
Deve ser o ponto máximo da carreira do judiciário.
Da mesma forma, desembargadores de tribunais de justiça, conselheiros de tribunais de contas, procuradores do ministério público.
Assim, chegarão os melhores, por méritos, sem compromissos, sem atrelamentos.
E não os que tem melhor trânsito no ambiente político.