Cresci ouvindo que não se devia falar de política, nem de políticos.
Para alguns, por medo de represália.
Porque o dito poderia contrariar alguém, ou contraria interesses, e levar a sanções, ameaças e agressões.
Para outros, era para não falar de política para preservar o ambiente pacífico na família, nos grupos de amigos.
Porque a discussão política poderia provocar brigas e rompimentos.
Os tempos mudaram e as pessoas se acostumaram a discutir política em bom clima, sem ambiente de guerra.
Não se pode voltar aos tempos passados.
É preciso manter o que a civilidade conquistou ao longo dos tempos.
A possibilidade de falar de política sem brigas, sem ameaças e sem rompimentos.
Mas, é preciso falar mais de política.
De tudo o que estamos vivendo, e do ambiente tenso, explosivo, que está aí por causa da eleição, um dos pontos positivos é que aumentou o interesse pela política.
As conversas de confraria, no bar, nos grupos, de todos os tipos e classes, passaram a ser majoritariamente sobre politica.
Isso faz aumentar a fiscalização.
E os políticos ficam mais ligados, porque estão mais vigiados.
Mas, não dá para ficar apenas com as informações que vem pelas “bolhas”, pelos grupos fechados.
Porque, via de regra, estas refletem um lado.
Elas são passadas como querem que sejam consumidas e assumidas.
É preciso checar as informações.
E questionar.
Sempre.
Enfim, importante que mais pessoas sejam atraídas pela política.
Mas, com disposição e capacidade de discutir e aceitar o contrário.
Importante ouvir, mastigar e refletir.
E checar e conferir.
E protestar contra o ilícito e o indevido sempre. E contra todo tipo. Seja onde for.
Lá em cima e aqui por perto.
Porque ilícito, é ilícito. Indevido, é indevido.
Não cabe tratamento diferenciado a depender do caso, de onde aconteceu, ou de quem esteja envolvido, arrolado ou enrolado.
Ouça o editorial completo de Adelor Lessa: